UCRÂNIA Militares da Ucrânia avançam Combóio de ajuda humanitária


UCRÂNIA
Militares da Ucrânia avançam  Combóio de ajuda humanitária

Comboio de ajuda humanitária
Publicação: 14/08/2014 16:59 Atualização: 14/08/2014 17:08
France Presse

O Exército ucraniano recuperou nesta quinta-feira (14/8) o controle da única estrada que liga o reduto rebelde de Lugansk à fronteira com a Rússia, cortando assim o itinerário previsto para o comboio humanitário enviado por Moscou a essa cidade do leste da Ucrânia. Diante deste avanço e em meio a combates cada vez mais intensos no centro de Donetsk, dois líderes rebeldes, incluindo o "ministro da Defesa" dos separatistas, o russo Igor Strelkov, renunciaram a seus cargos nesta quinta-feira.















Uma fonte da administração local indicou à AFP que o comboio pode tentar passar pelo posto de fronteira de Donetsk (de mesmo nome da cidade controlada pelos rebeldes, mas localizada na fronteira da região de Lugansk) que dá acesso a Izvaryne, do lado ucraniano. Assim como vários países ocidentais, a Ucrânia suspeita que o comboio, que partiu na terça-feira de uma base militar próxima de Moscou, possa ser uma espécie de 'Cavalo de Troia' para uma eventual intervenção russa no leste do país.
As forças do governo ucraniano comemoram a retomada da cidade de Novosvitlivka, para "cortar a última ligação entre a cidade de Lugansk e outros territórios controlados por mercenários russos, principalmente o posto de fronteira de Izvaryne", segundo o porta-voz militar Andrii Lysenko. Essa estrada seria utilizada pelo comboio de ajuda humanitária russo, que está atualmente estacionado em Kamenensk-Chakhtinski, na região de Rostov, a 50 km da fronteira ucraniana, segundo a imprensa local.

Após anunciar inicialmente que impediria a entrada do comboio russo, Kiev finalmente propôs na quarta-feira que esta ajuda seja conduzida e distribuída pela Cruz Vermelha no reduto rebelde de Lugansk. Ainda assim, as autoridades ucranianas anunciaram nesta quinta o envio de seu próprio comboio humanitário, com 75 caminhões transportando 800 toneladas de produtos de primeira necessidade para os civis de Donetsk e Lugansk.
Enquanto isso, o principal líder rebelde, o russo Igor Strelkov, "ministro da Defesa" dos separatistas, pediu demissão em razão de uma "mudança de função", segundo o site oficial da autoproclamada República Popular da Donetsk. Mais cedo, o líder separatista de Lugansk, Valeri Bolotov, também anunciou à televisão russa que estava deixando o cargo "temporariamente" por causa de "ferimentos" sofridos em maio. Na semana passada foi o "primeiro-ministro" de Donetsk, o russo Alexander Borodai, que renunciou.  Parlamento ucraniano aprova sanções contra empresas e cidadãos russos Exército ucraniano recupera controle de estrada entre Lugansk e fronteira Ucrânia: combates chegam ao centro de Donetsk; 22 mortos civis em Lugansk Pelo menos 74 civis mortos em três dias na região ucraniana de Donetsk Intensos bombardeios no centro de Donetsk, leste da Ucrânia Kiev envia o próprio comboio de ajuda humanitária ao leste da Ucrânia Forças ucranianas destroem blindados vindos da Rússia , diz presidente Funcionários ucranianos inspecionam comboio humanitário em território russo Estados Unidos pedem à Ucrânia que seja cautelosa com vida de civis
Em Donetsk, intensos disparos com armas pesadas eram ouvidos nesta quinta-feira em vários pontos do centro da cidade, incluindo em uma universidade e na sede do Ministério Público, ocupada por separatistas pró-Rússia. Os confrontos deixaram pelo menos dois mortos. O bairro estava tomado por rebeldes armados. Segundo eles, dois morteiros tinham atingido a sede da polícia, também ocupada pelos insurgentes. Fortes explosões eram ouvidas na cidade em intervalos regulares. Na região de Donetsk, onde o Exército ucraniano realiza sua ofensiva apertando o cerco à cidade, 74 civis morreram em três dias, segundo a administração regional.

Em Lugansk, cercada pelo Exército ucraniano e que sofre com uma situação humanitária "crítica", 22 civis morreram depois de um ataque com morteiros contra um ônibus, um mercado e várias casas. "Nas últimas 24 horas, segundo informações provisórias, 22 habitantes de Lugansk morreram. Os bairros do leste da cidade foram atacados com morteiros. Um ônibus, uma loja e vários edifícios residenciais foram atingidos", afirmou um representante da administração regional. As autoridades locais afirmam que Lugansk está em situação "crítica", sem energia elétrica e água corrente há 12 dias, com as linhas telefônicas cortadas e os estoques de comida e medicamentos perto do fim.
Neste contexto de crise, o presidente russo, Vladimir Putin, afirmou nesta quinta-feira que a Rússia "não deve se desconectar do restante do mundo", no momento em que as relações com o Ocidente estão tensas devido à crise com a Ucrânia. "Temos que desenvolver nosso país tranquilamente, dignamente e de maneira eficaz, sem nos desconectarmos do resto do mundo, sem romper os vínculos com nossos sócios", declarou Putin em Yalta, na Crimeia, península ucraniana anexada em março pela Rússia.

O secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, reagiu com prudência nesta quinta-feira às declarações de Vladimir Putin sobre a crise ucraniana e fez um apelo ao presidente russo para que traduza suas palavras em atos. "Se esta for uma tentativa sincera de participar da desescalada da situação, eu receberei o discurso e as iniciativas futuras da Rússia com simpatia", reagiu Rasmussen, que voltou a denunciar o reforço da presença russa na fronteira com a Ucrânia e o fornecimento de armas aos rebeldes.

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