IRAQUE Minoria religiosa iraquiana traumatizada pela violência.
IRAQUE
Minoria religiosa iraquiana traumatizada pela violência enterrados vivos
Refugiada yazidi junto à fronteira com a Síria em Fishkhabour,
YOUSSEF BOUDI AL/REUTERS
19/08/2014 - 17:56
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Yazidis são enterrados vivos pelos extremistas do
Estado Islâmico
Samo Ilyas Ali tem nove crianças
para alimentar, mas não consegue concentrar-se no futuro, porque o barulho de
mulheres e crianças a gritar por ajuda enquanto eram enterradas por combatentes
do Estado Islâmico, no Norte do Iraque, por vezes consome-lhe completamente o
espírito.
Ele faz parte das dezenas de milhares de refugiados
yazidis, uma minoria religiosa pré-cristã que foi obrigada a fugir face ao
avanço dos extremistas islâmicos, que os consideram adoradores do demónio.
Estão traumatizados pela forma como foram tratados pelos radicais muçulmanos
que os querem forçar a converter-se ao Islão.
Como quando há dez dias chegaram à aldeia de Ali, com
metralhadoras em punho e barbas compridas, a meio da noite. Quando começaram a
escavar covas, não entenderam o que estavam a fazer. "Mas então começaram
a atirar pessoas para os buracos, e as pessoas estavam vivas", diz este
merceeiro de 46 anos, que tem de parar para chorar. "Após uns momentos
ouvimos tiros. Não consigo esquecer esta cena. Mulheres e crianças a pedir
ajuda. Tivemos de fugir a correr, não podíamos fazer nada por elas."
Há testemunhos de cenas semelhantes em vários locais do
Norte do Iraque. Massacres, raptos de mulheres – para se casarem com os
militantes do Estado Islâmico, se aceitarem converter-se ao Islão. Não só de
yadizis, mas também de xiitas, que estes combatentes (sunitas) consideram
hereges.
Muitos yazidis desistiram do Iraque. Concentrados em
campos de refugiados na região semi-autónoma do Curdistão, só pensam agora numa
oportunidade para partirem para o mais longe possível do Iraque.
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