IRAQUE ONU alerta para risco de genocídio de yazidis
IRAQUE
ONU
alerta para risco de genocídio de yazidis
Pelo menos 20.000 civis conseguiram fugir das montanhas de Sinjar, no Iraque. |
12/08/2014
09h53 - Atualizado em 12/08/2014
09h53
A
minoria religiosa yazidi do Iraque enfrenta um possível genocídio, advertiram
nesta terça-feira (12) os supervisores de Direitos Humanos da ONU, que pediram
uma ação global urgente para evitar um massacre.
"Todas as medidas possíveis devem ser tomadas de forma
urgente para evitar uma atrocidade em massa e um potencial genocídio em dias ou
horas", declarou a especialista em direitos das minorias da ONU, Rita
Izsak.
"Os civis precisam ser protegidos em terra e escoltados para
fora de situações de extremo perigo", declarou Izsak em um comunicado
conjunto com outros quatro supervisores.
"Tanto o governo iraquiano quanto a comunidade internacional
são responsáveis por proteger as populações em risco de sofrer crimes
atrozes", ressaltou.
Milhares de refugiados yazidis estão presos nas montanhas de
Sinjar, quase sem alimentos ou água. Estão cercados por extremistas sunitas do
Estado Islâmico (EI), que controlam grande parte do norte do Iraque e do leste
da Síria.
Estamos
presenciando uma tragédia de enormes proporções na qual milhares de pessoas
enfrentam um risco imediato de morte violenta ou por inanição e sede",
declarou Chaloka Beyani, supervisor da ONU para os direitos dos deslocados.
"A
ajuda humanitária deve chegar logo, e não se deve poupar esforços para proteger
todos os grupos deslocados à força neste conflito", disse.
O grupo jihadista lançou uma ofensiva no dia 9 de junho, dirigida
contra yazidis, além de cristãos, xiitas, curdos e outros grupos.
Os insurgentes lhes ofereceram a opção de "se converter ou
morrer", explicou Christof Heyns, especialista da ONU em execuções
sumárias.
"Não podemos permanecer quietos diante de tais atrocidades.
Os atores internacionais devem fazer tudo o que estiver em seu alcance para
apoiar os que podem proteger vidas em terra", acrescentou.
O encarregado de direitos religiosos, Heiner Beilefeldt, afirmou
que a liberdade confessional lhes estava sendo negada "na forma mais
brutal e sistemática possível".
As mulheres estão sofrendo severamente, segundo Eashida Manjoo,
supervisora de violência de gênero.
"Temos informações de mulheres executadas, e relatórios que
fornecem sérios indícios de que centenas de mulheres e crianças foram
sequestradas, muitos adolescentes foram atacados sexualmente e as mulheres
foram vendidas a combatentes do EI", disse.
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