IRAQUE 50 mil yezidis podem morrer por cerco islamita
IRAQUE
50 mil yezidis podem morrer por cerco islamita
Entre dez mil e 50 mil civis, na maioria mulheres e crianças da comunidade minoritária yezidi, correm o risco de morrer de sede, cercados pelos islamitas no Norte do Iraque.
Os refugiados estão cercados no topo da montanha de Sinjar, que fica a sul da cidade com o mesmo nome, tomada pelos islamitas durante o fim-de-semana, numa das maiores derrotas até ao momento para as forças curdas que dominavam a região.
A montanha começou por servir de abrigo, mas, rapidamente, transformou-se num calvário. Sem abrigos, sem vegetação e sem qualquer fonte de água, não demorou muito para começarem a morrer pessoas, sobretudo crianças.
A força aérea iraquiana tentou jogar água engarrafada na montanha, mas poucas chegaram as pessoas. Já os militares curdos dizem que estão tentando montar um caminho seguro ate a montanha para poder libertar os civis, mas dizem que isso implica passar por aldeias sunitas, cujos habitantes simpatizam com os terroristas, o que está complicando a missão.
Na terça-feira, no Parlamento, em Bagdad, um grupo de deputados yezidi, não conseguiram conter as lágrimas enquanto narravam o que se estava a passar em Sinjar.
Os yezidi são uma comunidade ancestral que vive naquela zona do Iraque e partes da Síria e da Turquia. A sua religião mistura traços do zoroastrianismo, do islão e do cristianismo mas é particularmente odiada pelos islamitas, que apelidam os yezidis de satânicos.
Mal ocuparam Sinjar, e outras aldeias e vilas na região, os militantes do Estado Islâmico mataram todos os homens que conseguiram encontrar, raptando crianças e mulheres, cujo destino não é ainda conhecido. Os locais de culto dos yezidis foram destruídos. Cerca de 200 mil pessoas conseguiram fugir procurando abrigo na montanha ou, nos casos mais seguros, locais ainda sob controlo do Curdistão.
Ao contrário dos cristãos, os yezidis contam com poucos representantes na diáspora ocidental e não dispõem de uma redeinternacional de contatos. Contudo, organizações como as Nações Unidas e a Amnistia Internacional já chamaram atenção para o que se está se passando no monte Sinjar.
Além de cristãos e yezidis, a região é também habitada por membros da religião mandeia e shabak, todas elas perseguidas pelos fundamentalistas do Estado Islâmico.
Fonte: CPAD News
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