SIRIA
Atrocidades em massa pelo EI
Investigações constataram que grupo cometeu 'atrocidades em massa', incluindo o recrutamento de crianças como soldados
Em um
relatório divulgado sobre os militantes do Estado Islâmico, a ONU considerou
que o grupo extremista cometeu "atrocidades em massa" na Síria,
incluindo o recrutamento de crianças como soldados.
A Militantes anunciaram criação de um Estado islâmico em partes da
Síria e do Iraque (22/08)
Os investigadores das Nações
Unidas dizem que execuções públicas são um "espetáculo comum" em
áreas dominadas pelo Estado Islâmico, que luta contra o governo sírio. O
relatório também acusa autoridades sírias de usar agentes químicos em oito
incidentes isolados neste ano.
O conflito
entre as forças do governo sírio e diversos grupos rebeldes começou em 2011.
Cerca de 200 mil pessoas morreram desde então.
'Torturas horríveis'
O
relatório da ONU detalha os abusos cometidos pelo governo sírio e por vários
outros grupos armados que estão lutando contra o governo de Bashar al-Assad. O
documento diz que a força aérea da Síria usou bombas de barris em áreas civis.
"Em
alguns casos, há uma evidência clara que grupos civis foram deliberadamente
tomados como alvos pelas forças do governo", dizem os investigadores.
"Nas
prisões do governo, detentos ficaram sujeitos a torturas horríveis e até abusos
sexuais".
O
relatório é resultado de entrevistas e provas coletadas entre janeiro e julho
deste ano como parte do inquérito para investigar violações de direitos humanos
na Síria.
Outras
alegações de crimes de guerra cometidas pelo governo sírio incluíam o uso de
gás cloro, um agente químico, em oito incidentes isolados em abril e maio deste
ano.
O período
de apuração para o relatório coincide com o crescimento do EI na Síria. O grupo
busca criar um estado independente dominado pelo Islã em uma área que se
estende por toda a Síria e o Iraque.
Veja fotos da ocupação do grupo no Iraque
Curdos e militantes islâmicos
lutam no norte do Iraque (12/08). Foto: Reuters
O EI tem
jihadistas de toda a região, além de soldados de países ocidentais, incluindo o
Reino Unido e os Estados Unidos.
Campanha do medo
No
relatório da ONU, investigadores dizem que o EI estava fazendo uma
"campanha do medo" no norte da Síria, incluindo amputações, execuções
públicas e chicotadas.
"Os
corpos dos mortos são expostos por vários dias, aterrorizando a população
local", diz o documento.
"As
mulheres foram amarradas por não cumprirem código de vestuário do Estado
Islâmico. Em Raqqa, crianças a partir dos 10 anos estão sendo recrutadas e
treinadas em acampamentos do Estado Islâmico."
Na quarta,
o grupo extremista postou fotos no Twitter supostamente mostrando militantes
executando soldados do exército sírio depois de controlar a base aérea do
governo de Tabqa perto de Raqqa, no leste da Síria. A veracidade das fotos não
foi comprovada.
O
brasileiro Paulo Pinheiro, coordenador da Comissão Internacional de Inquérito
para a Síria na ONU, disse que a comunidade internacional falhou em seus
"deveres mais elementares – de proteger os civis, conter e prevenir
atrocidades e criar um caminho para a prestação de contas."
Uma das
investigadoras, Carla del Ponte – antiga chefe dos promotores de dois tribunais
de crimes de guerra das Nações Unidas – pediu para potências internacionais
colocarem a Síria no Tribunal Penal Internacional.
Enquanto
isso, grupos rebeldes sírios, incluindo a al-Qaeda, filiada a Frente Nusra
(braço da Al-Qaeda que opera na Síria e no Líbano), tomaram o controle de uma
área entre a Síria e a região das Colinas de Golã, ocupada por Israel, de
acordo com um grupo de monitoramento britânico.
"A
Frente Nusra e outros grupos rebeldes dominaram a travessia Quneitra, e
intensos combates com o exército sírio continuam acontecendo nos
arredores", disse Rami Abdel Rahman, diretor do Observatório Sírio para os
Direitos Humanos.
As forças
de defesa israelenses disseram que um dos seus oficiais foi "ferido
moderadamente em consequência de um ataque equivocado da Síria".
"Em
resposta, nós atacamos duas posições militares da Síria nas Colinas de
Golã", disse um porta-voz das forças de defesa de Israel.
Comentários
Enviar um comentário