GENEROSIDADE Dia da generosidade para todos
GENEROSIDADE
Dia da generosidade para todos
Não é preciso ser Gandhi ou Madre Teresa para fazer o bem
aos outros. As pequenas doações do dia a dia contam, e muito, para ajudar o
próximo e fazer deste planeta um lugar melhor
O dia 22 de abril de 2009 tinha tudo para ser mais uma jornada comum na vida de Santiago Gori, taxista argentino de 49 anos. Por volta das 21h, ele pegou uma corrida de quatro quarteirões e deixou um casal de aposentados em seu destino, na cidade de La Plata, a 60 km de Buenos Aires. "Mais uma corrida ruim", pensou ele. Em seguida, pegou outra passageira, que o avisou que havia uma mala no banco de trás. Após deixá-la em seu destino, Santiago abriu a maleta e viu um monte de dinheiro - mais precisamente, 130 mil pesos, o equivalente a 72 mil reais. "Mas isso não é meu", disse. Seu próximo passo foi devolver a pequena fortuna aos verdadeiros donos, o casal que ele tinha transportado antes. Sensibilizados pela história de Santiago, que recebeu dos donos da mala, em retribuição, apenas um singelo "você é um santo", dois publicitários criaram uma campanha para arrecadar para o taxista a mesma quantia devolvida por ele. A iniciativa foi um sucesso e Santiago, o taxista generoso, levou o equivalente a 130 mil pesos.
Santiago não é um homem rico, como Bill Gates. Não
fundou, como o empresário, uma associação milionária para patrocinar avanços em
saúde e educação. Também não é, como Madre Teresa ou Gandhi, um líder
religioso, que dedica sua vida a cuidar dos desfavorecidos. Santiago é um homem
comum, humilde, que teve uma oportunidade de fazer a coisa certa e a
aproveitou. Em tempos de crise mundial, em que todos se preocupam com o futuro
de suas finanças, ele poderia ter ficado com o dinheiro; poderia tê-lo usado
para pagar o que faltava da licença de seu táxi, ou para comprar coisas bonitas
para sua esposa ou seus filhos. Mas ele foi directo até os donos entregar o que
tinham perdido.
A história de Santiago prova que não é necessário ter uma
fortuna, índole de santo ou algum poder para fazer o bem. Também não é preciso
esperar grandes tragédias se abaterem sobre a população, como as enchentes de
Santa Catarina e o furacão Katrina. Oportunidades para praticar a generosidade
aparecem para todos nós, todo dia. Muitas vezes as desperdiçamos, por achar que
temos quase nada a oferecer. Valorizamos e exaltamos a generosidade, mas achamos
que ela é para poucos, para aquelas pessoas iluminadas que nasceram para fazer
o bem. Nada poderia ser mais equivocado. Como disse o filósofo e político
irlandês Edmund Burke, "ninguém comete erro maior que não fazer nada
porque só pode fazer um pouco".
Todos temos algo para dar. Pode ser dinheiro ou bens
materiais, as associações mais comuns quando pensamos em generosidade. Mas
também pode ser conhecimento, coisas que nós sabemos e que podem ajudar os
outros. Pode ser um abraço, uma palavra de conforto, um carinho. Pode ser
restituir ao trabalhador o fruto do seu trabalho quando dele precisa. Afinal, a
generosidade é, antes de mais nada, uma inclinação do espírito para fazer o
bem. Hoje muitos preferem ver o pobre passar fome, sede ou necessidades
fundamentais da vida e ainda nos alegramos com isso. Somos mesmo almas do diabo
e não espírito com coração generoso. Ajudemos a quem precisa. in Revista Vida Simples 7/2009 JEANNE CALLEGARI
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