RIQUEZA Como ser verdadeiramente rico

Como ser verdadeiramente rico

A maneira normal de agir bem no que se refere às coisas terrenas parece ser a astúcia em saber administrar os próprios bens.
Já no tempo do profeta Amós, no séc. VIII a.C., perante um histórico florescimento económico surge o afastamento de Deus e da Sua Lei. Aliás, é costume as duas coisas andarem juntas. Com efeito o rápido crescimentos económico de uns provém muitas e muitas vezes do empobrecimento de outros e da redução de alguns outros à condição de escravos. A história de todos os dias, nos centros de operariado, e as longas histórias das colónias (salva-se a justiça e a dignidade de muitos também) assim o testemunharam ou testemunham. E espiritualmente todos empobrecem, ontem como hoje, pois a história se repete.
A avareza leva o homem a espezinhar tudo e todos para conseguir sempre mais. Põe na riqueza o seu deus e até fala das instituições divinas com desprezo, com troça, com ironia e com arrogância. Os seguidores de Deus são para ele ingénuos… Mas o Senhor jura dizendo: “nunca esquecerei nenhuma das suas obras”.
S. Paulo recomenda a Timóteo que se façam orações por todos os homens, pelos reis e pelas autoridades “para que possamos levar uma vida tranquila e pacífica com toda a piedade e dignidade”. O que interessa para muitos é o ter muitos bens, não olhando aos meios para os obter.
Deus quer que todos se salvem. Por isso a vida social é meio de salvação ou de condenação. Deve banir-se uma ordem económica ou social injusta e todos os cidadãos têm o direito a se precaverem contra a influência maléfica de certos governantes ou hábitos sociais depravados. É nosso mal o aburguesamento e o entibiamento, embora a violência e a perseguição possam ser ocasião para que muitos se percam.
A Bíblia narra um ambiente de harmonia entre o homem e a mulher, o qual se quebrou estabelecendo-se relações de domínio e injusta opressão. Em Jesus Cristo e com Cristo, com a Redenção devemos tentar restaurar a harmonia. Jesus Cristo chama nos ensinamentos do Seu Evangelho, a atenção para o valor dos bens terrenos mas também para a sua caducidade e para a “vileza do dinheiro”. Os homens são administradores dos bens de Deus e não simples patrões. Os bens são de todos os homens que lutam e sofrem e suam para os adquirir. Enganam-se, pois, os que põem a sua riqueza só nos bens da terra que por cá ficam quando morremos. E há tantos à procura deles, mergulhando no vazio!
A verdadeira riqueza são os bens do mundo futuro, do Reino de Deus. Assim dizia Santo Ambrósio: “não podemos considerar riqueza aquilo que não podemos levar connosco. Porque aquilo que temos que deixar neste mundo, não nos pertence, é dos outros”.
Não podemos servir a dois senhores: “não podeis servir a Deus e ao dinheiro”, disse o Mestre.

Onde estão os multimilionários e quem fala deles a não ser no mundo da alta finança, que nem sempre é falha de escândalos?! A única coisa que conta e que fica para sempre: a amizade dos pobres, daqueles a quem fizemos bem, daqueles cujo amor conquistámos com a verdadeira solidariedade. Basta lembrar o Padre Américo ou a Madre Teresa de Calcutá. Estes e tantos outros foram ricos porque serviram os mais pobres, os desprezados, os abandonados. nf PALAVRA 39

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