HUMILDADE Um povo humilde e pobre
Um povo humilde e pobre
Estamos num mundo em que todos
querem e lutam por ser ricos. Num mundo em que a maior percentagem dos carros e
das casas não pertencem aos que andam com eles ou nelas habitam, porque estão a
pagá-las e só serão deles se cumprirem com os contratos estipulados. Estamos
num mundo de papel e de assinaturas. Mas o mundo e a economia de hoje são
assim. Um balão, que de vez em quando rebenta e faz os seus estragos.
Pois a lógica do Evangelho é a
lógica do pobre, do humilde e do fraco. Diz S. Paulo, na 1ª Carta aos Coríntios
que “Deus escolheu o que é fraco aos olhos do mundo”, para confundir os fortes.
E saem bem confusos das alhadas em que se metem, os que seguem a lei do poder,
do ódio, da vingança, do julgar-se mais que os outros, e se servem do poder,
não para servir, mas para destruir os “pequenos”, sobretudo os que não têm quem
os defenda.
Paulo, falando da comunidade de Corinto:
“uma comunidade de pobres, de simples artesãos, de homens de poucas letras e
sem títulos, de pequenos comerciantes e a maioria, mesmo, de escravos”. Não
quer dizer que não houvesse entre os membros da comunidade também gente grada.
No entanto acentua que Deus “escolheu o que é vil e desprezível, o que nada
vale aos olhos do mundo, para reduzir a nada aquilo que vale”.
Já o Profeta Sofonias ergueu a
sua voz de profeta perante o povo corrompido pelo paganismo, num tempo de
decadência religiosa e de profundas convulsões socio-políticas para proclamar:
“procurai o Senhor, obedecei aos seus mandamentos, cultivai a humildade,
cultivai a justiça, cultivai a pobreza, cultivai a verdade”. Um povo assim será
protegido por Deus e viverá em paz.
Deus através dos tempos continuou e continua a escolher os
fracos, segundo o mundo. Basta abrirmos as páginas da história: um cura d’Ars,
intelectualmente fraco, mas clarividente à luz do Espírito, uma Catarina de
Sena, quase analfabeta, mas conselheira de Bispos e de Papas, Teresinha de
Jesus, a humilde e simples monja de Lisieux, mas Padroeira das Missões, o P.
Américo e os seus pobres… Catarina, Teresa de Jesus e Teresinha de Lisieux são
as 3 mulheres doutoras da Igreja.
Foram grandes santos os que
souberam aterrar humildemente perante Deus: como Paulo ao cair do cavalo, como
Agostinho de Hipona, deixando a vida frívola e escandalosa que levava, como
Francisco de Borja, perante o vazio da vida luxuosa dos palácios terminando
infalivelmente na frieza dum cadáver inerte e dum caixão! Vale a pena aterrar e
servir Deus e os outros.
Pois falta-nos aterrar para
começarmos a viver. Chegará a nossa hora se estivermos atentos, se formos
humildes e tivermos um coração de pobre.
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