ESTRASBURGO Deputados espanhóis abandonam o hemiciclo enquanto o Papa fala

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Deputados espanhóis abandonam o hemiciclo enquanto o Papa fala

O porta-voz do grupo usava uma camiseta a favor do aborto durante o protesto
Roma, 25 de Novembro de 2014 (Zenit.org) Ivan de Vargas 


Os seis eurodeputados espanhóis da Izquierda Plural (Esquerda Unida, Alternativa Galega de Esquerda e Iniciativa para Catalunya Verdes) abandonaram hoje o hemiciclo durante o discurso do Papa Francisco no plenário da Eurocâmara. Um gesto que não foi seguido por nenhum outro representante político europeu.
Interrompido várias vezes pelos aplausos, o Santo Padre estava aproveitando a ocasião para recordar aos europarlamentares que “sua missão é preocupar-se com a fragilidade dos povos e das pessoas”.
"Nós saímos porque entendemos que isso é uma instituição pública e que não é o lugar para sermões religiosos”, afirmou a porta-voz do grupo, Marina Albiol, no limiar da Sala parlamentar.
"Nós entendemos que deve haver uma separação entre as crenças religiosas e as instituições públicas", disse Albiol, que também considerou "muito significativo" que outros eurodeputados de grupos ideológicos semelhantes não tenham aderido ao protesto.
A presença do pontífice argentino no Parlamento Europeu pareceu-lhes “particularmente uma falta de respeito com as pessoas laicas e de outras confissões”, disse a eurodeputada, que vestia uma camiseta a favor do aborto.
Há poucos dias, os eurodeputados liderados por Albiol enviaram uma carta ao presidente do Parlamento Europeu, o social-democrata alemão Martin Schulz, na qual mostravam sua "rejeição total" ao convite do Parlamento ao Santo Padre.
"A partir da Delegação da Esquerda Plural no Parlamento Europeu queremos manifestar-lhe o nosso desconforto pela vistia e discurso do Papa Francisco na sessão plenária do próximo 25 de novembro”, dizem os eurodeputados na carta.
"Sua participação é um claro ataque á necessária separação estrita entre a religião e as instituições públicas e é uma grave ofensa à laicidade de milhões de cidadãos e cidadãs europeias”, dizem os signatários.
Para a Esquerda Plural, “a União Europeia deve ser exemplo de garantia de liberdade de consciência e de não imposição nem promoção de valores religiosos, pertencentes à esfera privada das pessoas”.
Na carta, anunciam também que terão essa mesma postura “em qualquer outro discurso de um representante religioso".
Assinam a carta os deputados europeus Marina Albiol, Ernest Urtasun, Paloma Lopez, Lidia Senra, Angela Vallina e Javier Couso.
A Esquerda Plural é o nome adotado por uma coalizão eleitoral formada em Espanha para concorrer às eleições ao Parlamento Europeu de 2014. Foi a terceira força política mais apoiada do país, conseguindo algo mais do que 1,5 milhões de votos (10,03 por cento dos sufrágios) e seis lugares.ZENIT


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