VIDA Saúde e vida para todos

VIDA
Saúde e vida para todos              
           
 Vivemos numa era em que são grandes os avanços técnicos da medicina na ciência e na técnica. E hoje há uma subida na média geral etária porque se cuida mais da saúde, da vida.
A Igreja foi pioneira também nestes problemas que afectam profundamente o homem e a sociedade, no combate à doença. Muitas vezes vai-se denegrindo a actuação da Igreja na história, porque se avaliam as situações e actuações de séculos passados com a mentalidade do século vinte, ou vinte e um o que é anacrónico, e um erro crasso, e só respirando sanha odienta para dizer mal e criticar.
A vida é, com efeito, para a Igreja como para a sociedade, um desafio. E podemos falar da cultura da vida, ainda que, como afirma João Paulo II, “ a sociedade deste fim de milénio esteja dominada por uma cultura de morte”. Sim, gostaríamos de poder dizer que hoje domina a cultura da vida.
Para uma cultura da vida temos de desenvolver o respeito pela vida humana, defendendo-a e promovendo-a em todas as idades e circunstâncias; temos de promover a qualidade de vida nas dimensões física e económica, mas não esquecendo as dimensões espiritual e sobrenatural; temos de pôr a medicina e enfermagem ao serviço da vida acompanhando os nossos doentes com amor e carinho.
A OMS chegou a proclamar “saúde para todos no ano 2000”. O slogan é bonito. Oxalá pudesse vir a exprimir uma realidade. Hoje há uma nova sensibilidade ética, respeitando os direitos humanos à vida, à assistência, à verdade da informação, promovendo a humanização da saúde em todos os hospitais, clínicas, centros de saúde, no apoio aos doentes no seu domicílio dando atenção à pessoa humana. Para isso se desenvolvem programas de educação para a saúde nas famílias e nas escolas, dando apoio a que os comportamentos das crianças, adolescentes e jovens na orientação equilibrada e livre de riscos na vida afectivo-sexual e social-profissional sejam com qualidade.

O mundo em que vivemos, embora dominado pela ideia do sucesso, enfrenta muito sofrimento, ainda que suavizado pela acção médica mais persistente e pela acção pastoral da Igreja que tenta, por opção, estar junto dos mais pobres. Há também hoje, diga-se de verdade, uma corrente de solidariedade que se manifesta na atenção aos doentes mais marginalizados como toxicodependentes e doentes de sida, aos mais abandonados da sociedade, aos deficientes físicos, aos doentes mentais, aos excluídos incluindo nestes as minorias de estrangeiros que vivem entre nós.
É dever da sociedade e da Igreja chamar a atenção para as desigualdades e propor alternativas para resolver problemas complicados neste campo.

O campo da saúde-vida é um desafio grande posto à Igreja em ordem à nova evangelização, expressão tão repetida por João Paulo II. Aqui o anúncio do Evangelho passará pelo testemunho da vida acolhendo as pessoas doentes, hospitalizadas ou no domicílio, humanizando os nossos cuidados para com os doentes, falando de Cristo sofredor que salva e dá a vida perene ao que tem fé, passará pela organização conveniente e exemplar na educação para a saúde e tratamento dos doentes, nas paróquias, dioceses e grupos de apoio aos doentes respondendo aos medos nestas situações de solidão e sofrimento.
E termino com uma frase do P. Feytor Pinto, no V Dia Mundial do Doente, em 1997: “O sofrimento e a doença são apenas limites humanos que a Igreja ajuda a superar por Cristo, com Cristo e em Cristo. É que, na saúde e na doença, para nós cristãos, só Cristo dá sentido à vida”.nFp


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