MÉDIO ORIENTE "Estado Islâmico" torturou crianças curdas, denuncia ONG
MÉDIO
ORIENTE
"Estado
Islâmico" torturou crianças curdas, denuncia ONG
Human Rights Watch diz que mais de 150 foram espancadas com
cabos e obrigadas a assistir a vídeos de decapitações durante seis meses.
Reféns só foram libertados após completarem "educação religiosa".
Os radicais muçulmanos sunitas sequestraram um grupo de
crianças em 29 de maio quando elas voltavam para a cidade síria de Kobane,
depois de fazerem provas em escola em Aleppo. Os últimos 25 reféns foram
libertados em 29 de outubro.
O abuso de mais de 150 crianças, muitas por até seis
meses, pode ser considerado crime de guerra, diz a Human Rights Watch, citando
o depoimento de quatro garotos sequestrados.
Eles relataram que eram forçados a rezar cinco vezes por
dia e que eram submetidos a educação religiosa intensa, além de serem obrigados
a assistir vídeos de membros do “Estado Islâmico” em combate ou decapitando
reféns.
“Aqueles que não estavam em conformidade com o programa
foram espancados. Eles nos batiam com uma mangueira verde ou um cabo grosso.
Também bateram nas solas dos nossos pés", contou um dos meninos.
"Algumas vezes, encontravam motivos para nos espancar sem razão. Eles nos
fizeram decorar trechos do Alcorão e batiam em quem não conseguia aprendê-los”.
Os meninos disseram que não receberam explicações para a
libertação, exceto a de que a "educação religiosa" tinha acabado. As
últimas crianças liberadas estão agora buscando abrigo na Turquia, segundo a
organização de direitos humanos.
Os sequestradores, que vieram da Síria, Jordânia, Líbia,
Tunísia e Arábia Saudita, teriam dito aos jovens que dessem o endereço de parentes,
ameaçando: "Quando nós formos a Kobane, vamos pegá-los e cortá-los em
pedaços."
Outras crianças curdas e adultos ainda estão em
cativeiro, segundo a ONG. O “Estado Islâmico” também é acusado de manter cerca
de dez reféns ocidentais, incluindo jornalistas estrangeiros.
O grupo conquistou territórios do Iraque e da Síria, e
seus combatentes mataram ou expulsaram os muçulmanos xiitas, cristãos e outros
integrantes de comunidades que não compartilham a interpretação estrita do
Alcorão.
Os Estados Unidos e seus aliados têm atacado alvos do
"Estado Islâmico" nos dois países desde agosto. Os bombardeios foram
intensificados em outubro, depois de os insurgentes se movimentarem na cidade
síria de Kobane, na fronteira com a Turquia.
NM/rtr
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