VATICANO Papa Francisco. "A Igreja reconhece Jesus no rosto do próximo"

VATICANO
Papa Francisco. "A Igreja reconhece Jesus no rosto do próximo"

O Papa aos participantes do VII Congresso Mundial para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes

Roma, 21 de Novembro de 2014 (Zenit.org) Sergio Mora 



O Santo Padre Francisco se dirigiu nesta sexta-feira, 21 de novembro, aos participantes do VII Congresso Mundial da pastoral da migração.
O congresso  na Pontifícia Universidade Urbaniana, em Roma, começou a 17 e terminou a 21, teve como tema "Cooperação e desenvolvimento na pastoral das migrações”, e procurou dar “respostas adequadas ao fenómeno da migração económica e promover o potencial social que os povos em movimento trazem para a Igreja e para toda a comunidade”.
"A Igreja, além de ser uma comunidade de fieis que reconhece Jesus Cristo no rosto do próximo, é mãe sem fronteiras e sem limites”. E o  Santo Padre acrescentou que a Igreja: “É mãe de todos e se esforça por alimentar a cultura do acolhimento e da solidariedade, onde ninguém é inútil, está fora de lugar, ou é descartável”.
Em seu discurso o Papa recorda que, apesar dos fatos registados, “às vezes dolorosos até dramáticos” a emigração “ainda é uma aspiração à esperança. Especialmente nas áreas deprimidas do planeta, onde a falta de trabalho impede a realização de uma existência digna para os indivíduos e para as suas famílias”.
"Este congresso -- considerou o Santo Padre – colocou em foco as dinâmicas da cooperação e do desenvolvimento na pastoral dos migrantes”. E foram analisados “os factores que causam as migrações, especialmente as desigualdades, a pobreza, o crescimento demográfico, a crescente necessidade de ocupação em alguns sectores do mercado de trabalho, as calamidades causadas pelas mudanças climáticas, as guerras e as perseguições, e o desejo das novas gerações de mover-se para encontrar novas oportunidades.
Recordou que as migrações de um lado dão vantagens aos países que acolhem, com mão de obra e “não raramente limitando também os vazios criados pela crise demográfica”. Enquanto isso, os países dos quais partem os migrantes, “têm benefício por causa do dinheiro enviado que cobre as necessidades das famílias que ficaram na pátria”.
"Os migrantes, enfim – destaca o Santo Padre – podem realizar o desejo de um futuro melhor para si e para as próprias famílias”.
O Papa reconhece, entretanto, que esses benefícios são acompanhados "também por alguns problemas", como a fuga de ‘cérebros’ dos países de emigração e a fragilidade das crianças e jovens que crescem sem um pai e uma mãe, ou sem ambos, e o “perigo de ruptura dos matrimónios devido à ausência prolongada”. E nas nações que os recebem estão as “dificuldades de inserção no tecido urbano, já problemáticos”.


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