2015 Ano Europeu para o Desenvolvimento
2015
Ano Europeu para o Desenvolvimento
06 de Janeiro de 2015, às 17:46
por Diretora
executiva da Fundação Fé e Cooperação sublinha preocupação que deve ser de
«todos»
Lisboa,
06 jan 2015 (Ecclesia) – A União Europeia reservou 2015 para a temática do
“desenvolvimento”, com o lema “O nosso mundo, a nossa dignidade, o nosso
futuro”.
Segundo
o decreto aprovado pelo Parlamento Europeu, a iniciativa tem como objetivo
“sensibilizar os Estados-membros, a sociedade civil, as autoridades locais e
regionais, o setor privado, os parceiros sociais, as entidades e organizações
internacionais” para a importância da luta contra a pobreza.
Nos
próximos meses, vão ser colocados em cima da mesa do debate público “os
resultados que a União Europeia já alcançou” nesta área, em conjunto com todos
os países que a compõem.
Além
de informar os cidadãos”, aquele organismo espera mobilizá-los a uma
“participação direta” em torno do desenvolvimento e fomentar o seu “pensamento
crítico e pensamento ativo”.
Em
causa está também a promoção de um espírito “comum de responsabilidade,
solidariedade e oportunidade, num mundo em mutação e cada vez mais
interdependente”, pode ler-se.
Em
entrevista ao Programa ECCLESIA desta segunda-feira, Susana Refega, diretora
executiva da Fundação Fé e Cooperação (FEC), destacou a importância do projeto
para colocar a “questão do desenvolvimento” de uma forma mais próxima das
pessoas e “de uma forma que não seja codificada, mas sim na linguagem de
todos”.
Isto
porque esta matéria diz respeito “a todos”, não pode ser apenas preocupação do
“Norte, do Sul, de alguns países”.
Para
marcar da melhor forma o próximo ano, o organismo ligado à Conferência Episcopal
Portuguesa vai promover diversas atividades, entre elas “uma campanha de
Quaresma” com o envolvimento de várias dioceses, e uma reflexão dedicada à
questão do desenvolvimento.
“O
mundo está a evoluir muito rapidamente e a própria noção do que é o
desenvolvimento, como é que ele se vive, como é que os comportamentos aqui na
Europa influem nele e portanto no fim do ano vamos ter um seminário sobre estas
questões, com especialistas desta área”, adiantou Susana Refega.
Pedro
Krupenski, diretor de desenvolvimento da organização não governamental Oikos,
destaca a oportunidade que este Ano Europeu levanta para a implementação de uma
“responsabilidade partilhada” entre todos os países.
Para
aquele responsável, “não faz sentido” que “num mundo global em que a pobreza já
não está geograficamente localizada”, continue a existir uma “relação
desequilibrada entre os que ajudam e os que são ajudados”.
Este
ano vai ser um período “de transição nos Objetivos de Desenvolvimento do
Milénio, para a nova agenda pós-2015”.
Tempo
ideal para as pessoas “tomarem consciência” de um projeto que, segundo Pedro
Krupenski, “teve enorme mérito”, como “primeiro referencial alguma vez
existente”, em termos da “luta contra a pobreza”, e que “reuniu tanto
consenso”.
“Apesar
de tudo, tinha algumas fragilidades”, que “levaram a que a maior parte das
pessoas percecionassem esses objetivos como um elencar de soluções a
implementar pelos outros, em particular pelos Estados e instituições, para
resolver problemas dos outros, ou seja dos pobres do Sul” e está a tentar-se
“inverter um pouco essa lógica”, frisou ainda.
HM/JCP
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