VATICANO (no avião) FAMILIA Reproduzir-se como coelhos (Condensado de art. no DN 24.01.2015, por Armando Soares)
VATICANO (no avião)
FAMILIA Reproduzir-se como coelhos (Condensado de art. no DN 24.01.2015, por
Armando Soares)
Papa
Francisco regressava de uma viagem ao Sri Lanka e às Filipinas. Aqui com a
maior multidão que já um papa reuniu à sua volta: 6 milhões.
Como
de costume deu confrência de imprensa no avião. E declarou: “Há quem pense que
para sermos bons católicos, devemos ser como coelhos. Claro que não”.
Não
há dúvida que no contexto ele queria exprimir a paternidade responsável. Em
palavras ao jeito dele.
Francisco
reafirmou que se deve dizer matrimónio (de matris, mãe) e não (casamento (de
casa). Francisco, ao constatar a queda assustadora da natalidade na Europa, vem
dizer que "Paulo VI foi um profeta” e sublinha que ele mesmo "disse aos confessores que fossem
compreensivos e misericordiosos".
Apelando
à paternidade e a maternidade responsáveis, Francisco é aí que põe o acento, de
tal modo que a questão dos métodos de regulação da natalidade, que devem ser eficazes,
parece passar para segundo plano, ficando fundamentalmente entregues à
responsabilidade dos casais.
Concretamente,
julgo que a Igreja se não deve meter nestes assuntos. O que é a natureza? Pela
sua própria natureza, o homem é interventivo e transformador da natureza. A
realidade toda não é estática, mas processual. Acabamos por viver num natural
já artificial, numa natureza transformada: intervimos de muitos modos no nosso
próprio corpo, com instrumentos médicos e artefactos.
Neste
sentido, a Igreja precisa de uma nova atitude face à sexualidade, nomeadamente
neste domínio. Era isso que pedia outro grande jesuíta, recentemente falecido,
o cardeal Carlo Martini, que confessou que a encíclica "Humanae
Vitae", em 1968, com a proibição da "pílula anticonceptiva",
"é co-responsável pelo facto de muitos já não tomarem a sério a Igreja
como parceira de diálogo e mestra", estando convencido de que "a
direcção da Igreja pode mostrar um caminho melhor do que o da encíclica".
Além
da paternidade e maternidade responsáveis, Francisco pediu generosidade: "Paternidade responsável,
mas também considerar a generosidade desse papá e dessa mamã que vêem no filho
ou na filha um tesouro."
Perante
a realiadde na Europa e no nosso país como uma baixíssima demografia (0.1 ou 2)
que conduzirá a suicídio colectivo, o Papa reafirma que ter filhos é o maior
sinal de confiança e esperança na vida. Afinal, o que falta hoje é essa
confiança e esperança na vida e no futuro.
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