PSD Passos Coelho espera não voltar a ser chamado "com a casa em chamasP
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O líder do PSD disse hoje
esperar não voltar a ser chamado para assumir as funções de primeiro-ministro
"com a casa [o país] em chamas", desejando que o Governo "não dê
cabo" da credibilidade conseguida pelo anterior.
AGetty Images POLÍTICA PSDHÁ 7 HORASPOR LUSA |
"Termino, dizendo apenas que espero não ser chamado, outra vez, com a casa em chamas", afirmou o líder social-democrata hoje à noite, na Guarda, na apresentação aos militantes do distrito da sua candidatura a um novo mandato de dois anos como presidente do PSD.
Antes de discursar, Passos Coelho ouviu o presidente da distrital da Guarda, Carlos Peixoto, dizer que o partido corre o risco que o seu líder "possa vir a ser chamado, outra vez, com a casa em chamas, e a casa é o país".
"Aquilo que nós todos não queremos é que o presidente do partido vista outra vez o fato de bombeiro, e venha, outra vez, tirar o país do buraco, para o fazer crescer outra vez", afirmou o dirigente.
Na sua intervenção, o presidente do PSD disse que, "se hoje há um Governo que tem esta conversa de que é preciso acabar com a austeridade e restituir os rendimentos (...) é porque há lá condições para que isso seja feito, porque quando não havia condições, o que os próprios socialistas faziam era o contrário: cortavam salários, aumentavam impostos e chamavam a 'troika'".
"Agora, têm esta conversa, porque nós fomos bem-sucedidos, porque agora há melhores condições para poder distribuir. Vamos ver até quando. Termino dizendo apenas que espero não ser chamado, outra vez, com a casa em chamas", declarou.
O ex-chefe do Governo disse ter noção de que "pagou um preço" pela "determinação" com que defendeu as reformas aplicadas quando foi primeiro-ministro, porque "estava mais concentrado em não falhar, do que em agradar, e isso também se paga".
"Eu sei que todos pagamos um preço por aquilo que fazemos. As coisas não têm só um lado bom. Têm um lado bom e um lado mau", referiu.
"O lado bom, para mim, de toda a governação que fiz, é que posso dizer que não falhei no que era importante, que demos a volta aos problemas, que o país se livrou de sarilhos maiores e que, felizmente, hoje podemos olhar para o futuro com mais confiança, assim quem governa hoje não dê cabo da credibilidade que acumulámos e possa acrescentar alguma coisa para futuro, em vez de remover aquilo que estivemos a fazer", sustentou.
Passos Coelho garantiu que no dia "em que o país precise", que confie nele "e que confie no PSD para fazer o que é preciso".
"Essa foi a razão por que eu decidi recandidatar-me à liderança do PSD. É porque sei que esse valor, esse capital que nós acumulámos nestes anos, nos permitirá fazer o que deixámos a meio, porque o país precisa que o que falta fazer possa ser feito", justificou.
Na sua intervenção, Passos Coelho lembrou que entre 2011 e 2015 conduziu uma política que procurava tirar o país do resgate financeiro onde se encontrava e "lançar as sementes" para que uma situação dessas não se repetisse, embora o projeto tenha ficado "a meio".
Sobre o momento atual, considerou uma "ironia muito grande que sejam os partidos que tanto andam com a escola pública na boca aqueles que em primeiro lugar querem colocar a facilidade e a falta de exigência no ensino público".
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