PORTUGAL NOVO BANCO "Não é a ameaçar com nacionalizações que perspetiva de venda melhora"
PORTUGAL
NOVO BANCO "Não é a ameaçar com nacionalizações
que perspetiva de venda melhora"
O
líder do PSD defendeu hoje que o Governo deve esclarecer rapidamente que não
tenciona fazer a nacionalização do Novo Banco, considerando que ameaçar com
esta possibilidade piora a perspetiva de venda
Lusa PASSOS
POLÍ.
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"Julgo
que era importante que o Governo esclarecesse rapidamente que não tenciona
deixar nenhuma porta aberta para a nacionalização do banco", afirmou Pedro
Passos Coelho, em Ponta Delgada, Açores, ao ser questionado sobre a saída de
mil trabalhadores, com 500 em despedimento colectivo, no âmbito do plano de
reestruturação do Novo Banco.
Para
Passos Coelho, "compete, nesta altura, à administração do próprio banco e,
neste caso, também, ao fundo de resolução e ao Banco de Portugal, que é quem
têm a responsabilidade de proceder à venda do Novo Banco, avaliar na sua
comunicação com os investidores o que é que é preciso fazer e dizer para, de
alguma maneira, melhorar a perspetiva de venda do banco".
"Agora,
há uma coisa que eu sei, não é a ameaçar com nacionalizações que se melhora
essa perspetiva, pelo contrário", sustentou.
Para
Passos Coelho, a administração do banco e do Banco de Portugal, que está a
liderar a alienação, "deve ser encontrada uma estratégia que possa
transmitir confiança ao mercado quanto ao trabalho que está a ser realizado
dentro da instituição bancária, de modo a que os investidores acreditem que
vale a pena vir a comprar".
Questionado
se face ao anúncio dos prejuízos e à possibilidade de saída de mil
trabalhadores se este é o 'timing' para avançar com a venda, o presidente do
PSD considera que é o Governo e o Banco de Portugal que nesta altura
"devem fazer a comunicação ao mercado sobre o que são as intenções".
"O
mais que alguém que estivesse na posição de primeiro-ministro deveria fazer,
parece-me, era chamar a atenção para a necessidade, em primeiro lugar, de não
complicar o processo da venda, para não piorar as perspetivas de venda, e, em
segundo lugar, dizer que era melhor que a administração do banco e o fundo de
resolução apresentassem um programa rapidamente que oferecessem garantias ao
mercado de credibilidade para a venda do banco, clarificando que o Estado não
iria nacionalizar o banco. Isto era aquilo que eu diria se fosse
primeiro-ministro, mas não sou", declarou Passos Coelho.
O
plano de reestruturação do Novo Banco implica a saída de 1.000 funcionários já
este ano, dos quais 500 trabalhadores devem deixar a entidade no âmbito de um
despedimento coletivo, informou hoje a comissão de trabalhadores do banco.
"No
seguimento do plano de reestruturação imposto pela União Europeia e que já se
encontra em curso, o banco terá que reduzir em 2016, cerca de 1.000 postos de
trabalho, sendo suposto que 500 sejam através do recurso a um despedimento
coletivo", lê-se num comunicado divulgado pela Comissão Nacional de
Trabalhadores do Novo Banco.
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