PORTUGAL Sociedade: Carnaval, Cinzas e Quaresma
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Sociedade: Carnaval, Cinzas e Quaresma
Celebrações estão ligadas à preparação da maior festa para os cristãos, a Páscoa |
Lisboa, 08 fev
2016 (Ecclesia) – O carnaval, que se celebra por estes dias em vários países, é
uma festividade ligada à data da Páscoa, uma dimensão desde logo vincada pelo
seu caráter móvel e pela origem da sua designação.
A Páscoa é
celebrada no domingo após a primeira lua cheia que se siga ao equinócio da
primavera, no hemisfério norte, pelo que o carnaval acontece entre 3 de
fevereiro e 9 de março, sempre 47 dias antes.
A Igreja viria a
alterar e adaptar práticas pré-cristãs, relacionando o período carnavalesco com
a Quaresma: uma prática penitencial preparatória à Páscoa, com jejum começou a
definir-se a partir de meados do século II; por volta do século IV, o período quaresmal
caracterizava-se como tempo de penitência e renovação interior para toda a
Igreja, por meio do jejum e da abstinência.
Tertuliano, São
Cipriano, São Clemente de Alexandria e o Papa Inocêncio II contestaram
fortemente o carnaval, mas no ano 590 a Igreja Católica aprova que se realizem
festejos que consistiam em desfiles e espetáculos de caráter cómico.
No séc. XV, o
Papa Paulo II contribuiu para a evolução do Carnaval, imprimindo uma mudança
estética ao introduzir o baile de máscaras, quando permitiu que, em frente ao
seu palácio, se realizasse o carnaval romano, com corridas de cavalos, carros
alegóricos, corridas de corcundas, lançamento de ovos, água e farinha e outras
manifestações populares.
Sobre a origem da
palavra Carnaval não há unanimidade entre os estudiosos, mas as hipóteses
“carne vale” (adeus carne) ou de “carne levamen” (supressão da carne) remetem
para o início do período da Quaresma.
A própria
designação de entrudo, ainda muito utilizada, vem do latim ‘introitus’ e
apresenta o significado de dar entrada, começo, em relação a esse tempo
litúrgico.
A Quaresma, que
este ano se inicia a 10 de fevereiro, com a celebração de Quarta-feira de
Cinzas, é um período de 40 dias, excetuando os domingos, marcado por apelos ao
jejum, partilha e penitência, que serve de preparação para a Páscoa, a
principal festa do calendário cristão.
Nos primeiros
séculos, apenas cumpriam o rito da imposição da cinza os grupos de penitentes
ou pecadores que queriam receber a reconciliação no final da Quaresma, na Quinta-feira
Santa.
A partir do
século XI, o Papa Urbano II estendeu este rito a todos os cristãos no princípio
da Quaresma.
Na Liturgia, este
tempo é marcado por paramentos e vestes roxas, pela omissão do ‘Glória’ e do
‘Aleluia’ na celebração da Missa. OC|ECCLESIA
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