SUDÃO DO SUL Tragédia no campo da ONU: sob acusação os militares governamentais
SUDÃO DO SUL
Tragédia no campo da ONU: sob
acusação os militares governamentais
Sudão do Sul: Ataque a campo de refugiados da ONU em Malakal causa dezenas de mortos e feridos |
Juba - Dezoito mortos e
quarenta feridos é o balanço do massacre no campo de deslocados de Malakal,
situado na base da Missão da ONU no Sudão do Sul . “O balanço foi feito por
Médicos Sem Fronteiras que administra a estrutura de saúde dentro do campo”, dizem
à Agência Fides fontes locais. “O comunicado da ONU sobre os fatos é reticente,
mas agora emergiu que foram os militares sul-sudaneses que entraram no campo,
atirando, para deter a briga que estourou entre os deslocados Dinka e Shilluk”,
dizem as nossas fontes.
Segundo a Rádio Tamazuj, de 50
a 100 militares do Exército sul-sudanês entraram no campo para depois atirar
nos civis, saquear os seus bens e incendiar as tendas de plástico sob as quais
as pessoas se refugiam. “Recebemos confirmações diretas sobre esta reconstrução
dos fatos”, referem as fontes de Fides. “O incêndio provocado pelos militares
causou danos graves e agora milhares de pessoas se encontram sem abrigo”.“A
briga estourou dentro do campo na noite de 18 de fevereiro e os Capacetes Azuis
procuraram dispersar com gás lacrimogênio as duas facções que se enfrentavam
com barras de ferro e facas. A um certo ponto chegaram os soldados
governamentais em apoio aos Dinka que utilizaram armas de fogo contra os
Shilluk. Confrontos entre os refugiados já tinham ocorrido no passado e os
Capacetes Azuis, que não têm uma tarefa fácil, conseguiram fazer retornar a
calma, não obstante os ferimentos e alguma vítima. Nunca houve um balanço assim
tão pesado”.
“Os Shilluk interpretam este
episódio dramático como parte de uma campanha de limpeza étnica da cidade de
Malakal que na nova repartição administrativa de 28 Estados foi atribuída a um
Estado prevalentemente Dinka”, acrescentam as nossas fontes. “É preciso
enfrentar a questão da nova divisão administrativa que corre o risco de dividir
ulteriormente o país depois da guerra civil que estourou em dezembro de 2013. O
Sudão do Sul é formado por várias etnias. Se existem decisões políticas que
aumentam as diferenças étnicas corre-se o risco de dividir o país. É preciso
encontrar soluções políticas para fazer conviver em paz e na justiça todos os
habitantes do Sudão do Sul”, concluem as nossas fontes.
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