PORTUGAL Opinião da Moody's não muda posição de Passos. "OE2016 é irrealizável"
PORTUGAL
Opinião da Moody's não muda posição de Passos. "OE2016 é
irrealizável"
O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho,
disse hoje que a agência de notação financeira Moody's considera o Orçamento do
Estado para 2016 "mais realizável" do que o esboço apresentado antes
pelo Governo socialista.
"Aquilo que se passou é que a generalidade das agências de
'rating', bem como outras entidades como aconteceu em Portugal com o Conselho
de Finanças Públicas, como a Unidade Técnica de Apoio Orçamental na Assembleia
da República vieram dizer que o esboço do Orçamento que o Governo português
tinha apresentado não era credível", começou por dizer aos jornalistas
Passos Coelho, em Ponta Delgada, Açores, onde se encontra no âmbito da campanha
interna para a liderança do partido.
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Para o líder do PSD, "agora que o
Governo o alterou e veio criar mais impostos e, portanto, oferecer mais
garantias em como as metas seriam mais atingíveis, mais verosímeis, as empresas
de 'rating' e, neste caso, hoje a Moody's, veio dizer que acha esta proposta
orçamental mais realizável do que aquela que o Governo tinha apresentado
antes".
A agência de notação financeira Moody's
considerou hoje que a aprovação do Orçamento do Estado para 2016 (OE2016) é
"positiva" em termos de risco de crédito e melhora a credibilidade
orçamental.
A aprovação do OE2016 na generalidade,
na terça-feira, com o aval dos três partidos de esquerda que apoiam o Governo
socialista (PCP, BE e Os Verdes) é positiva em termos de risco de crédito
porque revela a capacidade e vontade do executivo liderado por António Costa
"inverter o rumo" em prol de uma orientação orçamental mais realista
do que a versão preliminar apresentada em fevereiro, refere a nota da agência
de 'rating'.
O antigo primeiro-ministro reiterou que
"as intenções que tinham sido declaradas pelo Governo nem eram conformes
ao Tratado Europeu, nem às regras do semestre europeu, nem ofereciam
credibilidade externa ao país e, por isso, o Governo teve de alterar".
"Infelizmente eu creio -- e disse-o
na Assembleia da República - que este Orçamento é, ainda assim, irrealizável na
medida em que parte do pressuposto de que existe ainda um plano B que tem que
ser preparado e adotado para que as metas que estão fixadas possam efetivamente
ser atingidas", reiterou Passos Coelho, insistindo tratar-se de um
"presente envenenado para os portugueses".
Para o líder social-democrata, o
Orçamento do Estado "quer criar a ilusão" de que o país pode
"andar mais depressa na remoção de certas medidas de austeridade" que
no passado permitiram ir equilibrando as contas", considerando que o
Governo deveria, neste período, "amadurecer melhor a sua perspetiva sobre
a estratégia orçamental que está a defender", pois é "demasiado
voluntarista".
Questionado se a Moody's fica satisfeita
com um orçamento mais austero, Passos Coelho sustentou que "a agência de
'rating' não quer nem mais, nem menos austeridade, quer que Portugal, que tem
dívida muita elevada, possa mostrar que será credível pagar essa dívida e não
ter mais despesas e novas dívidas a serem contraídas quando há outras para
serem pagas" NM
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