PORTUGAL PCP considera insuficiente actualização das pensões

PORTUGAL
PCP considera insuficiente atualização das pensões
Jerónimo de Sousa comentou, esta sexta-feira, em Coimbra, atualização das pensões até 628 euros inscrita na proposta de Orçamento do Estado para 2016.
Lusa
POLÍTICA OE 201607:01 - 30/01/16

Segundo o líder comunista, as medidas previstas na proposta orçamental visam "apenas o seu descongelamento [das reformas] com valores manifestamente insuficientes para as pensões até 628 euros", sendo que "as restantes não terão, mais uma vez, qualquer atualização".

"Nós pensamos que é necessário elevar os rendimentos dos reformados e dos idosos. Estamos a trabalhar para isso, pensando que será ainda possível em 2016 concretizar tão justo objetivo, que reponha a justiça social para centenas de milhares de reformados e pensionistas que existem no nosso país", disse Jerónimo de Sousa, num jantar-comício em Arzila, no concelho de Coimbra, que juntou cerca de 300 pessoas. Na intervenção, o secretário-geral do PCP salientou que o apoio parlamentar permitiu ao Governo socialista, em pouco mais de 100 dias, travar a privatização de empresas de transportes terrestres de passageiros, alterar o regime de proteção de invalidez, revogar medidas lesivas da dignidade dos professores e adotar formas de avaliação para a melhoria do sucesso e aprendizagem escolar. 
Jerónimo de Sousa destacou também a reposição dos complementos de reforma para os trabalhadores do setor empresarial do Estado, a proteção da habitação de famílias face a penhoras decorrentes de execuções fiscais e a reposição dos feriados que tinham sido cortados.
"Foi também possível, ainda que de forma insuficiente, e aquém das propostas defendidas pelo PCP, deixarem de ser aplicados cortes salariais aos trabalhadores da administração pública, ser assegurada a redução da sobretaxa do IRS na base da progressividade e a sua eliminação em 2017, abrir caminho para a fixação do horário de trabalho para 35 horas para todos os trabalhadores da função pública, independentemente do seu vínculo, e o aumento do salário mínimo nacional fixando-o em 530 euros, ainda aquém dos 600 euros que propomos", sublinhou.Avanços e progressos que, para o líder comunista, "importa valorizar e consolidar, sem esquecer, contudo, opções de fundo associadas à política de direita, que levaram a que o PS tenha dado continuidade a processos que, em nossa opinião, não correspondem aos interesses nacionais", como a venda do Banif, a concretização da privatização da CP Carga ou a redução da Taxa Social Única (TSU), assinalou.Jerónimo de Sousa acusou ainda a União Europeia, a 'troika' e as agências de notação financeira de uma "ampla operação concertada de pressão e chantagem" sobre Portugal, para que se prossiga com uma política "de exploração, empobrecimento e extorsão dos recursos nacionais", quando se começa a conhecer o esboço do Orçamento do Governo socialista.
Ainda no rescaldo das eleições presidenciais, em que o candidato Edgar Silva, apoiado pelo PCP, obteve o pior resultado de sempre em presidenciais, o secretário-geral dos comunistas acusou a comunicação social dominante de estar ao serviço dos "poderosos e nunca ao serviço do partido dos trabalhadores e da independência nacional"

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