ECUMENISMO SUIÇA: Papa Francisco busca mais unidade com protestantes e ortodoxos em Genebra
ECUMENISMO
SUIÇA: Papa Francisco busca mais unidade
com protestantes e ortodoxos em Genebra
AFP postado em 21/06/2018 15:36 EM
Oração Ecumênica em Genebra - pronunciamento do Papa
O papa Francisco chegou nesta
quinta-feira (21) a Genebra para promover o diálogo e a unidade entre seus
"irmãos" protestantes e ortodoxos, uma prioridade de seu pontificado
alimentada pelos atos de violência indiscriminada contra os cristãos em algumas
regiões do mundo.
"Isso é uma viagem para a
unidade", disse o pontífice no avião que o levou para a Suíça.
O chefe e porta-voz de 1,3 milhão
de católicos aceitou um convite do Conselho Ecumênico das Igrejas (CEI), que
celebra 70 anos e representa cerca de 500 milhões de protestantes e ortodoxos
através de 350 igrejas.
"Ao longo da história, as
divisões entre cristãos ocorreram com frequência porque fundamentalmente se
introduziu uma mentalidade mundana na vida das comunidades: se buscava primeiro
os próprios interesses", afirmou o sumo pontífice.
Acompanhado na visita à capela do
Centro Ecumênico de Genebra pela bispo metodista americana Mary Ann Swenson,
Francisco participou em uma oração ecumênica junto a outras 230 pessoas.
"Como é difícil aplacar a
censura e evitar as discrepâncias e as rejeições mútuas que foram alimentadas
durante séculos", admitiu, considerando que os cristãos hoje devem
caminhar juntos.
O papa destacou que, geralmente,
"pelos caminhos do mundo reina uma profunda indiferença", enquanto
que o homem se transforma em "escravo de um consumismo frenético",
afastado da espiritualidade.
Utilizando outra ideia à qual é muito apegado, Francisco lamentou um planeta
onde "as crianças e os idosos se convertem em dejetos indesejados".
Para Olav Fykse Tveit, pastor
luterano norueguês que preside o CEI, esta viagem do papa supõe "uma
esperança", porque mostra "que até as divisões e os conflitos
profundos podem ser superados pelo diálogo".
"Não é difícil encontrar
temas que ainda dividem os cristãos", como os que se referem à
sexualidade, disse ele à AFP antes da chegada do papa, acrescentando, porém,
que "muitos cristãos, sejam, ou não, católicos, o veem como uma voz
poderosa que expressa o que queremos dizer".
O papa Francisco quis concentrar
sua 23ª viagem ao exterior na unidade dos cristãos, como parte das preocupações
da Igreja católica durante seu conhecido Concílio Vaticano II (1962-1965), que
conclama o respeito mútuo entre religiões.
- Apaziguamento -
A relação com ortodoxos e
protestantes vive um momento de apaziguamento, em um contexto de galopante
descristianização na Europa e de perseguições, ou ataques terroristas contra os
cristão, especialmente no Oriente Médio.
Em várias ocasiões, o papa
Francisco falou de "ecumenismo de sangue", ao lamentar o assassinato
indiscriminado de católicos, ortodoxos, ou protestantes.
"Se o inimigo nos une na
morte, quem somos nós para nos dividirmos em vida?", questionou.
"Olhemos para nossos irmãos
e irmãs que em diferentes partes do mundo, especialmente no Oriente Médio,
sofrem com o fato de serem cristãos", recordou posteriormente.
Na manhã desta quinta, Francisco
participou, junto com 230 pessoas, de uma "oração ecumênica" na
capela do Centro Ecumênico de Genebra, acompanhado por uma mulher, a bispo
metodista americana Mary Ann Swenson.
Ao longo do dia, o sumo pontífice
também deve se reunir com delegações das duas Coreias presentes esta semana no
comitê central da CEI.
A Igreja católica romana não quer
aderir ao CEI, que representa igrejas nacionais muito locais, com doutrinas
muito diferentes e que não reconhecem a primazia do papa. Colabora, porém,
ativamente com a organização há pelo menos 50 anos, em matéria de ajuda
humanitária, ou educação.
O pontífice terminará sua viagem
à Suíça com uma missa para 41.000 católicos, oficiada em francês e em latim.
Dos cerca de 8 milhões de
habitantes da Suíça, 41% se declaram católicos, e 25%, protestantes
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