MISSÃO 53. É a hora da missão

MISSÃO
53. É a hora da missão por Armando Soares
O século XX foi dos séculos mais violentos em que muitos milhões de homens, mulheres e crianças foram vítimas da violência, da guerra, do extermínio, da tortura, da opressão e da barbaridade. Entrámos no terceiro milénio, depois da celebração de um ano jubilar que movimentou todo o mundo e todas as camadas sociais e políticas até no sentido de entrarmos com esperança e com um coração novo no terceiro milénio que deveria ser muito melhor. Mas a esperança está esbarrando com mais de 30 conflitos actualmente no mundo. E, afinal, o homem continua a bater na tecla da violência, porque não se respeita a vida, não se respeita a verdadeira família e dignidade humana, os meios de comunicação social ensinam tantas vezes a matar e a destruir, quando deviam ensinar a viver, e a sociedade vai suportando dias de tragédia em que homens, mulheres e crianças, vão sendo mortos e o ambiente ecológico destruído. João Paulo II, na sua mensagem ao corpo diplomático do fim do ano transacto, denunciou e fez um apelo aos governos dos 172 países que têm relações diplomáticas com o Vaticano, para garantirem condições de paz nos seus países e na comunidade internacional. Apontou como desafios: a defesa do carácter sagrado da vida humana em todas as circunstâncias; a promoção da família; a eliminação da pobreza; o respeito dos direitos 113 humanos; o desarmamento e a redução da venda de armas; a consolidação da paz; a luta contra as grandes enfermidades; o acesso a cuidados médicos e medicamentosos; a salvaguarda do meio ambiente e a aplicação rigorosa do direito e das convenções internacionais. Este é o mundo em que vivemos, com todos estes problemas e muito mais. Faz-nos doer que haja países que em vez de os resolver, os estejam a agravar, em nome não sei de quê. Perante esta situação mundial, invocar o mandato missionário de Jesus Cristo torna-se mais urgente. O mandato de Cristo: “Ide... pregai...”, impelenos, constrange-nos, a fazer tudo o possível para que a Boa Nova seja anunciada a todos os povos. A missão é a obra contínua de Cristo no tempo. Cabe-nos a nós sermos hoje testemunhas e animadores do amor de Deus por todos os homens, num mundo que carece de vigor, entusiasmo, responsabilidade e de correspondência ao envio missionário. É bem certo que “não há testemunho sem testemunhas, assim como não há missão sem missionários” (RM, 61). É premente a carência de pessoal missionário. Nossas Igrejas esqueceram que é dando a fé que ela se fortalece” (RM, 2). Vou lembrar aqui o que disse o fundador dos “Arautos da Boa Nova”, Instituto missionário indiano: «O Instituto acredita firmemente que um dos principais motivos do declínio das vocações ao sacerdócio e à vida consagrada nas diferentes partes do mundo contemporâneo é a falta de apreço, entre os sacerdotes e os religiosos, do estado de vida que eles mesmos escolheram. Por conseguinte, eles envergonham-se de continuar a falar sobre a vocação aos jovens em geral”. O Instituto exorta cada um dos seus membros, tanto sacerdotes como seminaristas, a comprometerem-se de forma concreta no programa de promoção das vocações. Só quando formos orgulhosos do nosso estado de vida e da nossa “família” é que podemos encorajar com honestidade os outros a unirem-se à nossa “família”. A promoção e a formação abarcam as dimensões humana, espiritual, intelectual e pastoral dos candidatos». O que é certo é que este Instituto nasceu em 1985 e tem hoje - em 2002 - mais de 105 membros, 85 dos quais sacerdotes. Fomentar e formar as 114 vocações missionárias é tarefa das famílias, das comunidades, das paróquias, dos movimentos de apostolado, das dioceses. E é decisão dos jovens que devem sentir-se orgulhosos de serem padres e missionários. Procurem sentir fortemente o apreço dos padres missionários pela vida que escolheram, não se envergonhando de continuar a falar da vocação aos jovens. Bem pelo contrário. Um mundo imenso de tarefas, como referiu João Paulo II, nos espera. Acreditem num missionário feliz, por vos incentivar na vocação missionária

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