REFUGIADOS Vaticano: Papa rejeita «populismo» na questão dos refugiados e migrantes
REFUGIADOS
Vaticano: Papa rejeita «populismo» na questão dos refugiados
e migrantes
Jun 20, 2018 - 13:35 Ecclesia
Francisco deixa críticas à
política separação de menores nos EUA
O Papa
Francisco criticou o “populismo” nas políticas de migrações e de acolhimento
aos refugiados, em países com os EUA ou na Europa, numa entrevista à Reuters
divulgada hoje.
“Alguns governos estão a trabalhar no assunto e as pessoas
têm de ser instaladas da melhor forma possível, mas criar uma psicose não é a
cura”, observou o pontífice, para quem “o populismo não resolve nada”.
“O que resolve as
coisas é a aceitação, o estudo, a prudência”, acrescenta o pontífice.
Francisco foi
questionado sobre a política de imigração do presidente dos EUA, Donald Trump,
que prevê a separação das famílias migrantes na fronteira com o México, e disse
que partilha o que foi dito pelos bispos católicos norte-americanos, os quais
definiram a separação de filhos e pais como “contrária” aos valores do país e
“imoral”.
“Não é fácil, mas o
populismo não é a solução”, insistiu o Papa, precisando que, nestes casos,
assume a posição do episcopado local.
A entrevista abordou
ainda a recente polémica com o navio ‘Aquarius’, impedido de atracar na Itália.
“Eu acredito que não
devemos rejeitar as pessoas que chegam, devemos receber, ajudar e organizar,
acompanhar e depois ver onde colocá-los, mas em toda a Europa”, sustentou
Francisco.
O Papa alerta para o
risco de “um grande inverno demográfico” na Europa, que pode ser evitado com a
ajuda dos imigrantes.
Em relação ao seu
pontificado, Francisco reafirma a intenção de ver uma Igreja “nas ruas” e
rejeita, atualmente, qualquer possibilidade de apresentar a sua renúncia.
“De momento, nem
sequer estou a pensar nisso”, precisou.
O pontífice assinala
que as negociações com a China estão
“num bom ponto” e mostra-se satisfeito com as reformas em curso no Vaticano.
“Houve algumas lutas
e tive de tomar algumas decisões fortes”, afirma Francisco.
A conversa aborda a
visão do Papa sobre o papel das mulheres na Cúria Romana, deixando de lado um
eventual acesso ao sacerdócio, e analisa a crise dos abusos sexuais no Chile.
Ecclesia
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