Igreja que se renova é uma Igreja em missão por Armando Soares*
IGRELA EM MISSÃO
Igreja que se renova é uma Igreja em missão por Armando Soares*
Dizia João Paulo II aos Bispos da Oceania, «toda a renovação na Igreja há-de ter como alvo a missão, para não cair vítima duma espécie de introversão eclesial». Assim a reforma das estruturas, exigida pela pastoral, terá de fazer que todas elas se tornem mais missionárias, que a pastoral seja mais comunicativa e aberta e os agentes de pastoral estejam em permanente atitude de «saída».
Dizia João Paulo II aos Bispos da Oceania, «toda a renovação na Igreja há-de ter como alvo a missão, para não cair vítima duma espécie de introversão eclesial». Assim a reforma das estruturas, exigida pela pastoral, terá de fazer que todas elas se tornem mais missionárias, que a pastoral seja mais comunicativa e aberta e os agentes de pastoral estejam em permanente atitude de «saída».
Papa Francisco refere a «paróquia como uma presença eclesial territorial,
âmbito para a escuta da Palavra, o crescimento da vida cristã, o diálogo, o
anúncio, a caridade generosa, a oração e a celebração». Todas as suas
atividades, devem incentivar e formar os seus membros para serem agentes da
evangelização». É comunidade de comunidades, santuário
onde os sedentos vão beber para continuarem a caminhar, e centro de constante
envio missionário. As outras instituições eclesiais, comunidades de base e
pequenas comunidades, movimentos e outras formas de associação são uma riqueza
da Igreja que o Espírito suscita para evangelizar todos os ambientes e
sectores.
O Bispo deve favorecer sempre a comunhão missionária na Igreja diocesana,
seguindo o ideal das primeiras comunidades cristãs, em que os crentes tinham um
só coração e uma só alma (cf. Act 4, 32) . Na sua missão de
promover uma comunhão dinâmica, aberta e missionária, deverá estimular e
procurar o amadurecimento dos organismos de participação propostos pelo Código de Direito Canónico [34] e
de outras formas de diálogo pastoral, com o desejo de ouvir a todos, e não
apenas alguns sempre prontos a lisonjeá-lo.
Convido todos a serem ousados e criativos nesta tarefa de repensar os
objectivos, as estruturas, o estilo e os métodos evangelizadores das respectivas
comunidades. A todos exorto a aplicarem, com generosidade e coragem, minhas
orientaçõesna EG, sem impedimentos nem receios. Importa caminharmos todos
unidos e concentrados no essencial, no que é mais belo, mais importante, mais
atraente e, ao mesmo tempo, mais necessário.
São Tomás de Aquino ensinava que, também na mensagem moral da Igreja, há
uma hierarquia nas virtudes e acções que delas procedem. Assim
afirma que, no agir exterior: «A misericórdia é a maior das virtudes; na
realidade, compete-lhe debruçar-se sobre os outros e – o que mais conta –
remediar as misérias alheias».
Quando a pregação é fiel ao Evangelho, fica claro que a pregação moral
cristã não é uma ética estóica, é mais do que uma ascese, não é uma mera
filosofia prática nem um catálogo de pecados e erros. E as enormes e rápidas mudanças culturais
exigem que prestemos constante atenção ao tentar exprimir as verdades de sempre
numa linguagem que permita reconhecer a sua permanente novidade.
A Igreja «em saída» é uma Igreja com as portas abertas para sair em
direcção aos outros para chegar às
periferias. A Igreja é chamada a ser sempre a casa aberta do Pai. Por isso:
igrejas com as portas abertas. Quem procura Deus não pode esbarrar numa porta
da igreja fechada.
Se a Igreja inteira assume este dinamismo missionário, há-de chegar a
todos, sem excepção. Mas, haverá privilegiados? A orientação do Evangelho é
muito clara: “não tanto aos amigos e vizinhos ricos, mas sobretudo aos pobres e
aos doentes, aos desprezados e esquecidos. Hoje e sempre, «os pobres são os
destinatários privilegiados do Evangelho», e a
evangelização dirigida gratuitamente a eles é sinal do Reino que Jesus veio
trazer. Há um vínculo indissolúvel entre a nossa fé e os pobres. Não os
deixemos jamais sozinhos!
*pe.armandosoares@gmail.com
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