LEIRIA-FÁTIMA D. António Marto quer ser «parceiro» do Papa Francisco
LEIRIA-FÁTIMA
D. António Marto quer ser
«parceiro» do Papa Francisco
Jun 23, 2018 - 16:36 Ecclesia
Bispo de Leiria – Fátima, que
vai ser criado cardeal no dia 28, elege áreas em que poderá contribuir
O novo cardeal português D. António Marto poderá vir a contribuir na Cúria Romana em áreas como a doutrina da fé, a família, a Nova Evangelização ou o sector da Cultura.
Estas são áreas “onde me sinto interessado e com um certo à vontade”,
admitiu em entrevista à Agência ECCLESIA o bispo de Leiria – Fátima quando
questionado sobre as áreas onde poderia vir a contribuir, após ser criado
cardeal.
“Sou chamado a ser colaborador mais próximo do Papa, no que ele entender e
confiar. De momento ainda não sei”, indica o novo cardeal português que se
afirma “surpreendido” e “tranquilo”.
D. António Marto vai ser criado cardeal no dia 28, no consistório
convocado pelo Papa Francisco, que vai elevar ao colégio cardinalício 14 novos
elementos, 11 deles eleitores num futuro conclave.
“É com tranquilidade e paz de espírito que aceitei este pedido do Santo
Padre, este encargo e missão. É mais um serviço à Igreja que exigirá de mim,
porventura, mais trabalho e mais deslocações a Roma mas penso que não
perturbará a vida da diocese”.
O bispo de Leiria – Fátima afirma que o Papa Francisco trouxe um “novo
estilo” de ser pastor que, admite, “leva o seu tempo a ser interiorizado por
todos”.
“É um estilo de pastor próximo, cheio de simplicidade, quer na maneira
como se apresenta, quer na forma de falar às pessoas, na forma como se torna
próximo”, destaca.
Para o prelado está em causa “uma Igreja ao estilo de Jesus, que se
aproximava das pessoas, que saia pelas ruas; a Igreja em saída do Papa
Francisco que vai ao encontro de todos sem exceção, sem descriminações”.
O novo cardeal afirma-se um parceiro “convicto” do Papa Francisco nas
mudanças que ele opera na Igreja e na Cúria Romana.
“Ele tem um parceiro e sabe-o”, assinala o bispo de Lerira-Fátima,
relembrando os encontros que manteve com o Papa onde prepararam a vinda a
Fátima, por ocasião da canonização dos pastorinhos Jacinta e Francisco Marto,
em 2017, mas também debateram a situação da Igreja.
“Naturalmente a celebração do centenário das aparições teve influência na
nomeação. Mas não posso por de parte que tenha sido um ato de confiança pessoal
do Papa. Nas audiências privadas que tive com ele falámos desta reforma da
Igreja e animei-o sempre a ir para a frente e manifestei-lhe todo o meu apoio”.
Para D. António Marto, o Papa tem sido um “construtor de pontes, de
encontro e entendimento entre os povos”, apesar de “resistências” que possam
haver.
“É natural que sempre existam, bolsas no meio do povo, como também entre
os colaboradores próximos, mesmo entre os próprios cardeais. Existiu sempre
isso mesmo em relação aos Concílios. Hoje, apenas, ganham um alcance mediático
que antes não tinha”.
O bispo de Leiria-Fátima admite que não conhece “todo o itinerário que os
cardeais e o Papa percorreram em ordem à renovação da Cúria” mas assinala a
atenção pontifícia para o “desenvolvimento integral dos povos”, com a criação
de um dicastério dedicado a esse sector.
O futuro cardeal português indica a inspiração do beato Paulo VI e de São
João XXIII no pontificado de Francisco que retoma frases como «O novo nome da
paz é o desenvolvimento» e «A Igreja prefere usar a medicina da misericórdia às
armas da condenação».
“O pontificado do Papa Francisco é marcado precisamente por isto. Hoje
vivemos um mundo ferido quer a nível pessoal, das famílias, muitas feridas, a
nível social, de divisões, indiferenças, injustiças, atentados aos direitos
humanos. É preciso quem olhe para as feridas”.
A entrevista a D. António Marto pode ser escutada no programa Ecclesia amanhã,
na antena 1, pelas 6horas.PR/LS|Ecclesia
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