IÉMEN ONU alerta para degradação da situação humanitária no Iémen
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ONU alerta para degradação da situação humanitária no Iémen
Abril Abril
26 DE
MAIO DE 2018
Após
três anos de guerra de agressão, o Iémen vive a pior crise humanitária do
mundo. A situação agrava-se com as restrições da Arábia Saudita à importação de
alimentos e combustível, denuncia a ONU.
Um estudante olha para as ruínas da sua escola, bombardeada em Junho de 2015, em Sa'ada, no Iémen/ UNOCHA |
Em
todo o território iemenita, mais de 22 milhões de pessoas necessitam de ajuda
alimentar e 8,4 milhões são severamente afectadas pela fome, segundo dados
divulgados pelo Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos
Humanitários (UNOCHA, na sigla em inglês).
«Se
as actuais condições não se alterarem, mais dez milhões de pessoas podem entrar
nesta categoria até ao fim do ano», disse esta sexta-feira, em Genebra, o
coordenador de Ajuda de Emergência das Nações Unidas, Mark Lowcock.
O
funcionário das Nações Unidas mostrou-se «particularmente preocupado com a
diminuição recente das importações comerciais de comida através dos portos do
Mar Vermelho», que se situam «em médias bem inferiores às do tempo anterior ao
bloqueio».
Recorde-se
que a coligação liderada pela Arábia Saudita impôs um bloqueio ao Iémen por ar,
mar e terra, alegando querer impedir a importação de armas pelo movimento
Ansarullah. Sob pressão internacional, o bloqueio foi levantado, mas as
inspecções aos navios «são agora mais apertadas».
Este
controlo apertado dos sauditas, com os atrasos consequentes, leva a que a
confiança das companhias comerciais de navegação se dilua, informa a Prensa Latina.
Para
além disso, as organizações preparadas para prestar auxílio à população
iemenita enfrentam cada vez maiores restrições. «Os funcionários estão a ser
detidos e intimidados, e os vistos demoram e são recusados», disse Lowcock, que
denunciou o nível de «interferência nos programas e nas missões» humanitárias.
O
coordenador das Nações Unidas instou a coligação liderada pelos sauditas a
acelerar todo o processo e a levantar as restrições, para evitar o alastramento
da fome e das doenças, como o surto de cólera, que o ano passado infectou mais
de um milhão de pessoas.
Pediu
ainda a todas as partes envolvidas na guerra a encontrar uma solução pacífica e
«a fazer muito mais para minorar o sofrimento da população do Iémen».
Desde
Março de 2015
A
Arábia Saudita lidera uma campanha militar contra o seu vizinho do sul na
Península Arábica há mais de três anos, sem ter atingido as metas que declarou
querer alcançar: esmagar a resistência do movimento popular Ansarullah e
recolocar no poder o antigo presidente Abd Rabbuh Mansur Hadi, aliado de Riade.
A
campanha militar já provocou mais de 10 mil mortos, destruiu uma parte
significativa das infra-estruturas do Iémen e está na origem de uma situação
humanitária que as Nações Unidas classificam como «catastrófica». ONU news
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