REFUGIADOS
«O que faria se fosse forçado a abandonar a sua casa?» – António
Guterres
Jun 20, 2018 - 19:14 Ecclesia
Mensagem do
secretário-Geral da ONU transmitida em iniciativa da Cáritas e Conferência
Episcopal Portuguesa
O secretário-geral da ONU alertou hoje para o crescimento do número de
situações em que os refugiados “não estão a receber a proteção de que precisam
e à qual têm direito”.
“No mundo de hoje, nenhuma
comunidade ou país que forneça refúgio seguro às pessoas que fogem da guerra ou
da perseguição deveria estar sozinho ou sem apoio”, disse António Guterres,
numa videomensagem divulgada esta tarde no evento «Vem e Partilha o teu Pão»,
da Cáritas e da Conferência Episcopal Portuguesa, que visa assinalar o Dia
Mundial do Refugiado.
O responsável português
sustentou que “enquanto houver guerra e perseguições, haverá refugiados”.
“Precisamos de restabelecer a
integridade do regime internacional de proteção aos refugiados”, sustenta.
Guterres fala em mais de 68
milhões de refugiados ou deslocados internos, “como resultado de conflitos ou
de perseguição”, o equivalente à população do 20.º maior país do mundo.
Em 2017, acrescenta, “uma
pessoa ficou deslocada a cada 2 segundos, a maioria nos países mais pobres”.
“No Dia Mundial do Refugiado,
todos nós devemos pensar sobre o que podemos fazer para ajudar”, defende o
secretário-geral das Nações Unidas, para quem “a resposta começa com união e
solidariedade”.
“Precisamos de estar juntos,
ou falharemos”, apela.
O secretário-geral da ONU
presta homenagem a histórias de “resiliência, perseverança e coragem”.
“A nossa [história] deve ser
de solidariedade, compaixão e ação”, disse ainda.
António Guterres recorda que
em 2018 vai ser apresentado na Assembleia Geral da ONU o pacto global sobre
refugiados, defendendo que este apresenta “um caminho a seguir” e reconhece os
contributos que os refugiados oferecem às sociedades que os acolhem.
A iniciativa «Vem e Partilha o
teu Pão» decorre no Salão Almada Negreiros, na Gare Marítima da Rocha Conde
d’Óbidos, em Lisboa.
Entre os presentes estão o
primeiro-ministro António Costa; o ministro da Administração Interna Eduardo
Cabrita; o presidente da Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos,
Liberdades e Garantias Pedro Bacelar de Vasconcelos; o núncio apostólico D.
Rino Passigato; e vários representantes consulares em Portugal, associações de
migrantes e entidades públicas ligadas às migrações.
O “Relatório Mundial sobre
Tendências em Deslocamento Forçado” da Agência das Nações Unidas para os
Refugiados (ACNUR) revela que das 68,5 milhões de pessoas deslocadas à força no
mundo, 25,4 milhões são refugiados, 40 milhões são deslocados internos e 3,1
milhões de requerentes de asilo. CB|Ecclesia
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