PRESIDENTE DA REPÚBLICA "O óbvio é que a atual fórmula governativa vote o Orçamento para 2019"
"O óbvio é que a atual fórmula governativa vote o Orçamento para 2019"
18 DE JUNHO DE
2018 - 15:01
O Presidente da República
avisa que é "má ideia acrescentar ruído ou crise" ao cenário de
incerteza externa. E diz que quis deixar o recado antes das férias, para
"memória futura".
A ouvir o Presidente, uma sala cheia, na Câmara de Comércio e Indústria (CCIP) e, na mesa de honra, entre
outros, os antigos ministros Teixeira dos Santos (responsável pelas Finanças no
governo Sócrates) e Paulo Portas (antes ministro dos Negócios Estrangeiros,
hoje vice-presidente da CCIP). Marcelo deixou para o final a referência ao
Orçamento de Estado para 2019 mas foi muito claro no recado à esquerda.
"Acrescentar ruído ou crise ao que é largamente
imprevisível é uma má ideia. Já nos bastam as dúvidas vindas da situação
externa. Para quê criarmos cenários que as agravem desnecessariamente?",
questionou o Presidente para responder logo a seguir. "O óbvio é que a atual fórmula governativa vote
o Orçamento para 2019, assim mostrando que é capaz de durar uma legislatura, e
que é uma das soluções alternativas sólidas para Portugal."
Marcelo
Rebelo de Sousa diz ser natural que os partidos à esquerda aprovem o Orçamento
do Estado para 2019
Marcelo não desconhece que a
aproximação de duas eleições (Europeias, provavelmente em maio, e Legislativas,
no outono), podem "naturalmente" trazer para o cenário político
"o confronto eleitoral que já começou e poderá intensificar-se", mas
exige "estabilidade política" até ao final da legislatura, ou
seja: que "esse confronto não crie fatores
também eles imprevisíveis ou mesmo inexequíveis para a trajetória orçamental em
curso".
O Presidente sublinha que
continua a "formular um juízo claramente positivo quanto à execução
orçamental do primeiro semestre, mas também um juízo bastante prudente e
preocupado quanto ao contexto externo".
"O tempo que vivemos na
Europa e no mundo exige cautela acrescida", avisa Marcelo Rebelo de Sousa
que, para ele próprio, reclama tudo estar a fazer
para "reduzir crispações, incutir confiança interna e externa e garantir
estabilidade sempre, atenuando incertezas, ruídos ou nevoeiros que possam
toldar a visão estratégica".
Numa intervenção onde
considerou ter sido "mais longo do que desejaria", o Presidente disse
que não se perdoaria "desperdiçar este ensejo de falar destes temas antes
do período estival que está a chegar". "Aqui ficam para memória
futura", registou vincando que "racionalidade,
procura da previsibilidade, paciência, bom senso, estabilidade, confiança, e
esperança é o que importa ter presente num esforço que tem que ser de
todos" Ecclesia
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