ABUSOS Igreja: «Não bastam promessas», diz bispo que investigou abusos no Chile


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Igreja: «Não bastam promessas», diz bispo que investigou abusos no Chile

D. Charles Scicluna considera que cimeira mundial de presidentes das Conferências Episcopais mostra intenção de passar aos atos, por parte do Papa
Poznan, Polónia, 14 set 2018 (Ecclesia) – O bispo responsável pela missão especial que investigou os abusos sexuais na Igreja Católica do Chile disse hoje que é necessário passar aos “atos” neste campo da proteção dos menores, elogiando a cimeira convocada pelo Papa.

“É uma resposta às expectativas das pessoas: que dos documentos e das palavras passemos aos atos. As pessoas têm necessidade de perceber que não bastam as belas palavras, as promessas”, referiu D. Charles Scicluna, arcebispo de Malta, em declarações aos jornalistas, durante a assembleia plenária do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE), que decorre na cidade polaca de Poznan.
O antigo promotor de Justiça na Congregação para a Doutrina da Fé (Santa Sé) considerou que este é um processo “constante”.
O arcebispo maltês é considerado como um colaborador da confiança do Papa, que em 2015 o nomeou como presidente do Colégio que examina recursos de eclesiásticos para julgamentos de casos de abusos sexuais e outros dos chamados “crimes mais sérios” (delicta graviora).
Para D. Charles Scicluna, é necessário valorizar a iniciativa de Francisco, ao chamar todos os presidentes das Conferências Episcopais do mundo para uma reunião em Roma, de 21 a 24 de fevereiro de 2019, sobre o tema da prevenção dos abusos.
“É um sinal muito forte de compromisso na defesa da dignidade e da tutela dos menores na Igreja. Este apelo, este convite, diz em poucas palavras algo fundamental: que a questão da prevenção dos abusos, a defesa dos menores, diz respeito a toda a Igreja e diz respeito a todos na Igreja”, sustentou.
O responsável evocou a “tomada de posição da Santa Sé” em 2011, que pediu a todas as conferências do mundo a criação de diretivas para dar resposta ao fenómeno “triste” dos abusos e para a sua prevenção.
“Não basta ter documentos, é preciso sensibilizar toda a comunidade”, prosseguiu, considerando que a situação “não se resolve apenas a partir da hierarquia”.
O arcebispo de Malta recordou ainda a importância de apostar na “formação humana” dos candidatos à vida religiosa e sacerdotal, com uma adequada avaliação psicológica e da “idoneidade”, do ponto de vista da maturidade afetiva.
Os trabalhos da assembleia plenária do CCEE, acompanhados pela Agência ECCLESIA, decorrem até domingo. ECCLESIA

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