EUCARISTIA/COMUNIDADE Duvidar é bom. A Catequese como ponto de partida para duvidar e perguntar.
EUCARISTIA/COMUNIDADE
Duvidar é bom. A Catequese como ponto de partida para duvidar e perguntar.
Duvidar é bom. A Catequese como ponto de partida para duvidar e perguntar.
sábado, 22 de setembro de 2018
Capela do SS.mo Alliende |
Há um hino que diz assim: hoje
somos comunidade, somos uma nova maneira de ser Igreja. Vamos perguntar o real
valor de uma comunidade.
E eu faço uma observação: Hoje em dia, desde o
concílio Vaticano II, na construção das igrejas, a Igreja católica aconselha a
colocar a eucaristia e o sacrário e altar do Santíssimo numa capela
ao lado ou atrás, não já no centro da igreja. Daí, eu faço uma pergunta: a
Igreja põe agora mais em foco a eucaristia ou a comunidade? Eu respondo que a
comunidade.
Outra pergunta: Onde está mais
o “corpo de Cristo”, na hóstia ou na comunidade? Eu respondo, na comunidade.
Porquê? O pão não se machuca, o Cristo também não se machuca. Mas o irmão
sofredor sim.
Então, a hóstia é um sinal que aponta para o irmão e
para a comunidade, é ali que está o corpo de Cristo. “Vós sois o corpo de
Cristo” (1Cor.12,27).
Quando o Igreja coloca assim e muda lugar do Sacrário
ela tem uma teologia aí. Tenho dito algumas vezes que a Igreja vai explicando
mais por ações do que por palavras. E essa é uma delas. Eu quero que este
assunto entre nas catequeses da primeira comunhão e da comunhão solene e para a
frente.
É por isso que muitas igrejas
hoje em dia têm a capela do sacrário ou Santíssimo bem ao lado, já não mais na
frente. A nossa também agora está assim desde o festejo da Padroeira, depois da
reforma que levou.
Vemos que tem paróquias onde as comunidades de base
são muito vivas e se ajudam muito os irmãos uns aos outros; fazem-se rifas para
levar pro hospital, pra comprar remédios e fazer cirurgias. Por outro lado, tem
igreja com muitas comunhões e poucas ações.
O Papa Francisco, no documento
“A Alegria do Amor” falou sobre isso e sobre a comunhão dizendo: ‘Trata-se da
primeira Carta aos Coríntios (11,17-34) na qual São Paulo enfrenta uma situação
vergonhosa na comunidade: nela algumas pessoas ricas tendiam a discriminar os
pobres, e isto verificava-se mesmo no ágape que acompanhava a celebração da
eucaristia.
Enquanto os ricos se deleitavam com seus manjares, os
pobres olhavam e passavam fome” (n.185).
E assim o Papa continua essa
explicação dizendo: "distinguir o corpo de Cristo”, e explicando que essas
palavras de S.Paulo têm sido interpretadas fora do seu contexto, e apontando
que o “corpo de Cristo” é mais o corpo da comunidade do que o pão da hóstia,
sinal do corpo vido dos irmãos e da comunidade.
Como falei, insistam sobre este enfoque na Catequese
da Primeira Comunhão, Comunhão solene e não só, nas Catequeses de Profissão de
Fé e Crisma onde os catequizandos já têm mais capacidade de compreensão. E que
sejam levados à prática do amor fraterno.
Termino esta exposição com as
palavras de Santo Agostinho:
“Se quereis entender o corpo
de Cristo escutai o apóstolo que diz aos fiéis; “vós porém sois o corpo de
Cristo e seus membros”. Assim, se vós sois o corpo de Cristo e seus membros, é
o mistério que significa vós que foi colocado na mesa do
Senhor; O que recebeis é o mistério que significa vós.
É ao que sois que
respondeis “Amém”, e assim respondendo expressais vosso consentimento. O que
ouvis é “o Corpo de Cristo” e respondeis “Amém”. Assim, sede membros do corpo
de Cristo a fim de tornar aquele “Amém” verdadeiro. (S.Agostinho, Sermão III/7)
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