FÉRIAS/ servir o bem comum Verão: «O descanso necessário para sermos úteis e melhor servir o bem comum» – D. José Cordeiro
FÉRIAS/ servir o bem comum
Verão: «O descanso
necessário para sermos úteis e melhor servir o bem comum» – D. José Cordeiro
Ago 9, 2019 - 9:43
Bispo da diocese de
Bragança-Miranda tenta ter dias junto ao mar onde sente a serenidade
D. José Cordeiro,
bispo de Bragança-Miranda, confessa não ter muitos dias de férias, apesar de
considerar o descanso necessário para que as pessoas possam ser “úteis e melhor
servir o bem comum”.
“É possível dizer que
o bispo vai de férias, se bem que não sou a pessoa mais indicada, recomendo aos
outros e não sou uma realidade… Para não ‘beliscar’ o andamento normal do plano
da diocese não tenho todo aquele tempo dito de férias, a não ser uns dias
vividos na simplicidade e no descanso estritamente necessário para sermos úteis
e melhor servir o bem comum”, explica em declarações à Agência ECCLESIA.
D. José Cordeiro tem
“uma certa saudade” das férias enquanto sacerdote e dos anos que passou em
Roma, onde “saboreou o tempo de férias”, pois enquanto bispo de
Bragança-Miranda é difícil ter esse tempo.
“Tem sido raro em
agosto e em Bragança é difícil que aconteça, com a vinda dos emigrantes e as
festividades de verão é difícil que o bispo consiga ter cinco ou seis dias
seguidos de férias. Mas tento esse maior encontro com Deus, com os outros e com
criação, sempre que posso e gosto muito e tento ter dois ou três dias junto ao mar,
isso ajuda-me a serenar”, refere.
Bispo de uma diocese
longe do mar, do qual confessa gostar, D. José Cordeiro aponta o” silêncio e a
solidão procurada mas acompanhada” como ingredientes do tempo de férias, seja
“junto da família, dos amigos mais próximos e até de colegas e outras amizades
que foram conseguidas ao longo dos anos que estive em Roma e agora dos oito
anos que estou no ministério episcopal”.
Quando nos pomos nessa atitude de descoberta e escuta a criação é um
hino de louvor, as férias não é sinónimo de praia, apesar de para mim serem
reconfortantes, mas, no campo e em Trás-os-Montes cada vez mais descoberto para
lugar de férias e ao escutar essas pessoas que optam por estes destino dizem
que ali ainda se consegue ouvir o silêncio”.
D. José Cordeiro sente a necessidade de ter mais tempo e é o
que recomenda também aos presbíteros e agentes pastorais pois entende que só se
pode “dar na medida em que se recebe”.
“Só podemos dar na
medida em que recebemos e se não temos essa paz interior e distanciamento das
problemáticas deixamo-nos envolver e isso distancia-nos das pessoas e de Deus e
do evangelho, aconselho a fazer férias com Deus, não deixamos de ser quem
somos, mas, sobretudo, o dom da graça recebido mesmo em tempo de férias. A
partir deste ano conto poder ter uma nova regra de vida: ter mais tempo de
descanso”, adianta o prelado, de 52 anos.
Mesmo em tempo de
férias o bispo de Bragança-Miranda “não se consegue libertar do trabalho” e
sente que é mesmo um tempo proveitoso.
“Levo sempre livros e
algum trabalho que nem sempre consigo realizar, mas há uma libertação que é
difícil de fazer, e também não considero as férias como esse lugar vazio ou
lugar de total abstração mas de maior simplicidade no estilo diário da vida e
de maior escuta da criação e algumas ideias surgem nesses momentos de maior
serenidade”, conclui.
A entrevista pode ser
ouvida esta noite, pelas 22h45, no Programa ECCLESIA, na Antena 1 da rádio
pública, e encerra esta temática que deu a conhecer as férias de cinco bispos
portugueses.
HM/SN
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