LEGISLATIVAS/vida democrática D. Nuno Brás pede participação na vida democrática e nos próximos atos eleitorais
LEGISLATIVAS/vida democrática
D. Nuno
Brás pede participação na vida democrática e nos próximos atos eleitorais
Ago 15, 2019 - 12:00
Bispo do Funchal presidiu pela primeira vez à Festa do Monte, onde afirmou
unidade da vida espiritual e cívica
Foto: Jornal da Madeira |
O bispo do Funchal apelou à
participação dos madeirenses nas próximas eleições, apontando o dever de
participação “na escolha” dos que vão governar e indicando que a “vida
democrática” reconhece a “mesma dignidade” a todos os cidadãos.
“É a vida democrática, conquista preciosa da nossa civilização, que faz
corresponder a cada adulto um voto, o mesmo é dizer: que reconhece a mesma
dignidade a todos os cidadãos adultos de um país, quaisquer que eles sejam: que
não os diferencia pelo dinheiro que possuem, pelas capacidades que têm ou pela
sua notoriedade, mas que a todos iguala pelo facto de serem seres humanos,
cidadãos na posse plena das suas capacidades”, afirmou D. Nuno Brás durante a
homilia, enviada à Agência ECCLESIA, da solenidade da Assunção de Nossa Senhora
ao Céu, celebrada na Festa do Monte, esta manhã.
Com a “aproximação do período eleitoral”, que o responsável afirma ser
“sempre decisivo para a vida como sociedade”, disse o bispo do Funchal ser
necessária a participação de todos para a escolha dos que “hão-de fazer as
leis”, dos que irão “administrar o dinheiro comum proveniente dos impostos”
pagos, daqueles que irão “escolher os caminhos a percorrer nestes próximos
anos”.
“Havemos de o fazer tendo em conta a dignidade de todo o ser humano e os
valores cristãos que, desde sempre, dão forma ao nosso viver madeirense e
português”, sublinhou.
O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, marcou as eleições para
a Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira para o dia 22 de
setembro.
“Faço, nesta celebração da solenidade de Nossa Senhora, nesta festa da
nossa padroeira, um apelo sincero mas firme a todos os candidatos: que este
tempo de campanha eleitoral possa ser um tempo e um espaço de civilização. No
contraste natural que evidencia a diferença das ideias e das propostas; no
mostrar a diferença das pessoas, das suas capacidades e projectos, peço que
todos sejam capazes de manter a elevação do debate e o respeito pela dignidade
dos intervenientes”, sublinhou.
Para D. Nuno Brás os cristãos não se devem “confinar às realidades
espirituais”.
“Não nos peçam nunca para nos esquecermos da vida dura, do trabalho, da
política, ou até do divertimento. Não nos peçam para calar a verdade do homem
na moral, quer dizer, em tudo o que diz respeito às escolhas (pessoais,
sociais, comunitárias) que sempre temos que realizar”, firmou, acentuando o
“direito e o dever” que os cristãos têm de “lutar por uma sociedade sempre mais
plenamente humana”.
Nós cristãos temos não apenas o
direito como o dever de falar, de lutar por uma sociedade sempre mais
plenamente humana; por relações entre pessoas em que todos possam ser
respeitados na sua dignidade; por modos de existência que não caiam em soluções
fáceis mas que nos tornam profundamente desumanos, a nós e a toda a sociedade:
é mais fácil abortar uma criança que cuidar dela; é mais fácil matar,
eutanasiar, um doente ou um idoso que cuidar dele, que proporcionar-lhe os
cuidados que estão ao nosso alcance para o ajudar e acompanhar nos seus últimos
mas preciosos momentos da vida”.
O bispo do Funchal afirmou ainda que a Assunção de Nossa Senhora, celebrada
neste dia, afasta o “dualismo” que separa o corpo e a alma, uma vez que é o
“ser humano plenamente salvo” que o exemplo de Nossa Senhora mostra.
“Com o reconhecimento e a afirmação desta verdade de fé, está afastado
qualquer dualismo que considere o corpo e as realidades materiais como más,
destinadas por isso à perdição. Bem pelo contrário: nada se perderá de quanto
foi criado; tudo está destinado a partilhar da glória divina”, assinalou.
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