PAPA/padres Papa escreve aos padres de todo o mundo, em momento de crise pela sucessão dos casos de abusos
PAPA/padres
Papa escreve aos padres de todo o mundo, em momento de crise pela
sucessão dos casos de abusos
Ago 4, 2019 - 11:33
Francisco saúda sacerdotes que
dedicam a sua vida aos outros
O Papa Francisco enviou hoje, dia 4 agosto 2019, uma carta aos padres de todo o mundo, no 160.º aniversário da
morte do Santo Cura d’Ars, padroeiro dos párocos católicos, num momento de
crise, provocado pelos sucessivos casos de abusos.
“Nos últimos tempos, pudemos ouvir mais claramente o clamor – muitas vezes
silencioso e silenciado – de irmãos nossos, vítimas de abusos de poder, de
consciência e sexuais por parte de ministros ordenados. Sem dúvida, é um
período de sofrimento na vida das vítimas, que padeceram diferentes formas de
abuso, e também para as suas famílias e para todo o Povo de Deus”, escreve.
O Papa reforça a intenção de levar a cabo as medidas necessárias para
promover “uma cultura baseada no cuidado pastoral, de tal forma que a cultura
do abuso não consiga encontrar espaço para desenvolver-se e, menos ainda,
perpetuar-se”.
“Queremos que a conversão, a transparência, a sinceridade e a
solidariedade com as vítimas se tornem na nossa maneira de fazer a história e
nos ajudem a estar mais atentos a todos os sofrimentos humanos”, aponta.
A carta foi explicada pelo Papa no encontro os peregrinos, na Praça de São
Pedro.
“Quis enviar uma carta aos sacerdotes de todo
o mundo para os encorajar na fidelidade à missão para a qual o Senhor os
chamou”, disse.
Francisco evocou a figura de São João Maria Vianney, o Cura d’Ars, como
“modelo de bondade e caridade para todos os sacerdotes”, desejando que sirva de
inspiração para “redescobrir a beleza e a importância do sacerdócio ministerial
na sociedade contemporânea”.
A missiva considera que é preciso reconhecer o mal provocado pela crise
dos abusos sexuais, sem deixar de reconhecer que “tantos sacerdotes, de maneira
constante e íntegra, oferecem tudo o que são e têm pelo bem dos outros”.
“Estou convencido de que, na medida em que formos fiéis à vontade de Deus,
os tempos da purificação eclesial que estamos a viver nos tornarão mais alegres
e simples e, num futuro não muito distante, serão muito fecundos”, assinala
Francisco.
Num texto com cerca de 10 páginas, o Papa destaca a importância da vocação
sacerdotal, com gratidão e respeito pelos compromissos assumidos, “com Jesus e
com o povo”.
A carta repete várias vezes a palavra “obrigado” e agradece pela
“dedicação e missão” dos sacerdotes católicos, nas várias dimensões do seu
ministério.
“Deixemos que seja a gratidão a suscitar o louvor e nos encoraje mais uma
vez na missão de ungir os nossos irmãos na esperança; nos encoraje a ser homens
que testemunhem com a sua vida a compaixão e misericórdia que só Jesus nos pode
dar”, conclui. OC|Ecclesia
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