BRASIL | COPA A bola é fogo… (17) Mutinacionais e indígenas

BRASIL | COPA
A bola é fogo… (17)
Mutinacionais e indígenas)

17.  Multinacionais  e indígenas
Favorecidas pela invisibilidade as grandes empresas multinacionais e multilatinas, como a Vale, prosseguem exportando montanhas de minérios, em especial para a China, e afectando a vida das comunidades. Para facilitar esse saque legalizado a Advocacia Geral da União (AGU) publica uma portaria (303), que retira os direitos dos povos indígenas em dispor livremente do uso e dos benefícios de suas terras e o Congresso Nacional aprova um Código Florestal que estimula o desmatamento.
Essas medidas são uma série de procedimentos jurídicos e legislativos que compõem um mosaico de leis que flexibilizam a exploração predatória do solo e do subsolo nacional. Não importa que no inciso XI, do art. 20, da Constituição Federal, esteja escrito que nas terras ocupadas pelos índios são asseguradas a “participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos minerais no respectivo território (...)”. Ou que o § 2º, do art. 231, garanta que as “terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-se a sua posse permanente, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes”. Como disse Getúlio Vargas, “Lei! Ora a Lei!”.
Os povos indígenas estão sobre o solo e o pragmatismo capitalista exige que a área seja desobstruída. É, por isso, que o povo Guajajara interditou o quilômetro 289 da Estrada de Ferro Carajás a 340 quilômetros de São Luís/MA. Esse povo, que é parte original da identidade brasileira, não está somente protestando contra a Portaria 303, da AGU, mas porque também sofrem os impactos negativos da Estrada de Ferro Carajás e da exportação de minérios.
Apesar dessas resistências sociais e políticas grande parte da população continua repetindo que o Brasil é um país agrícola. Com vocação agrícola. Que somos o celeiro do mundo.
Enquanto se olham para as monoculturas de grãos não veem as montanhas de minérios desaparecendo sobre os trilhos de Carajás.
Estádio Itaquerão – São Paulo. Estádios da Copa do mundo Brasil 2014.
A Arena de São Paulo, chamada de Itaquerão, no bairro de Itaquera,

Copa a voz dos missionários
Brasil está nas mãos da FIFA. Desde quando, em 2007, foi escolhido como sede oficial da Copa do Mundo de 2014, o gigante latino-americano transferiu a soberania da poderosa organização de futebol e vive sob a ditadura da bola. É, literalmente, foi para a bola. À custa dos mais pobres, expulso antes mesmo de o país levar para o campo. Mais de 200.000 pessoas foram removidas à força para abrir caminho para a Copa do Mundo.
Um plano de guerra de verdade foi desenvolvido para garantir a paz durante os jogos. A polícia e tropas do exército, fortemente armados, ocupam as favelas para impor exército paz. Leis que criminalizam os movimentos das pessoas têm sido aprovadas pelo parlamento em tempo recorde. Aqueles que insistem em contestar têm a probabilidade de serem preso como terroristas. Lavagem a limpar as ruas do centro da cidade e áreas frequentadas por fãs, varrendo os sem-abrigo, toxicodependentes e crianças de rua. Os turistas não podem correr riscos. Não importa se o preço a pagar é colocar em perigo a vida dos pobres e marginalizados.

Quem pensou ganhar algumas moedas com a Copa do Mundo foi frustrado. FIFA já fez saber que, em volta do terreno, você não vai ter a possibilidade de actividades de vendedores ambulantes. Revendedores autorizados podem vender apenas os produtos dos patrocinadores. Mesmo aqueles que não encontraram trabalho nos estaleiros se a vista é bom. Os salários, em média, foram as condições de trabalho e baixos. Somente na construção do Estádio Itaquerão de São Paulo, oito trabalhadores morreram em acidentes de trabalho. Além disso, os preços dos ingressos para os jogos são muito caros e inacessíveis para a população que sobrevive com um salário médio de 250 euros por mês. Assim, a Copa do Mundo na TV.

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