BRASIL | COPA A bola é fogo…. (18) indígenas yanomani
BRASIL | COPA
A
bola é fogo…. (18) indígenas
yanomani
Massacre de Haximu. O massacre da comunidade Haximu na
Amazónia venezuelana foi realizado por 22 garimpeiros brasileiros em 1993. No
violento ataque, os garimpeiros atiraram em mulheres, crianças e anciãos, e
mataram um bebé com um facão.
Sobreviventes do massacre, Marisa e
Leida Yanomami, disseram numa rara entrevista: ‘Os garimpeiros mataram meus
irmãos, irmãs e meu pai com terçados; alguns morreram com armas de fogo.… Nós
não podemos falar muito porque é uma tristeza. Quando nós falamos sobre o
massacre nós lembramos do nosso pai’.
Vinte anos depois, os territórios Yanomami no Brasil e na Venezuela continuam sendo invadidos por garimpeiros
ilegais que poluem os
rios com mercúrio, destroem a floresta e continuam a atacar os Yanomami apesar
de uma operação das autoridades brasileiras para retirar os garimpeiros da
terra Yanomami.
Milhares de garimpeiros ilegais
continuam trabalhando na terra Yanomami, poluindo seus rios e destruindo a
floresta.
Na Venezuela, os Yanomami temem uma invasão de larga escala em suas terras, após a empresa estatal chinesa CITIC ter sido contratada para explorar, mapear e catalogar
reservas minerais na Venezuela, muitas das quais se encontram em terras
indígenas.
COIAM, um grupo de organizações indígenas
da Amazónia, condenou os planos da CITIC e declarou:
‘Solicitamos ao Governo Nacional a revisão urgente de todos os projectos e a
não implementação dos mesmos em territórios e comunidades indígenas devido aos
possíveis impactos destrutivos ambientais e socio-culturais. A vida e a
sobrevivência física e cultural dos povos indígenas e das futuras gerações dependem
da protecção integral de seu habitat e terras.’
No Brasil, os Yanomami estão fortemente contra ao projecto de lei de
mineração que vem
sendo debatido no Congresso Nacional, que se for aprovado, abrirá o território
Yanomami e outros territórios indígenas para a mineração em grande escala, e
trará mais invasores para seus territórios.
Cinco dos autores do massacre de
Haximu foram condenados por genocídio, uma decisão que foi aclamada como
histórica e sem precedentes. Mas hoje, apenas um garimpeiro continua na prisão.
Um outro que cumpriu parte de sua sentença, voltou a garimpar ilegalmente na
terra Yanomami e foi novamente preso durante uma operação para retirar os
garimpeiros da terra Yanomami no ano passado.
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Sobrevientes de um massacre terrível em que dezasseis Yanomami foram mortos pelas mãos de garimpeiros ilegais falaram vinte anos após o ataque, enquanto garimpeiros continuam a invadir a terra Yanomami. |
Sociedade
justa e igualitária
A Conferência dos Religiosos do
Brasil, com a colaboração da arquidiocese de Brasília e da Secretaria da
Segurança Pública do Distrito Federal, promoveu uma vigília do Mundial de
Futebol, em memória das vítimas do tráfico humano. O apelo estava assim
formulado: «Jogue a favor da vida. Denuncie o tráfico de pessoas».
É a solidariedade com as crianças,
adolescentes, mulheres e homens que morreram ou desapareceram, vítimas de
vários crimes, no Brasil e no Mundo. R.O.
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