BRASIL/sociedadedecontrole As Bancadas do Boi, da Bala e da Bíbilia em Brasília


BRASIL/sociedadedecontrole
As Bancadas do Boi, da Bala e da Bíbilia em Brasília
Por Casimiro João  Blog de Chapadinha
sábado, 16 de fevereiro de 2019
Vivemos num Estado refém das indústrias do medo; as empresas que oferecem sistemas de segurança rejubilam a cada atentado ou ameaça.

Cresce continuamente a “indústria do medo”. As indústrias e empresas descobriram na gestão do medo uma reserva durável de poder e lucro. E com isso fabricaram o slogan que estamos numa “sociedade de controle”.

E com essa ideia de sociedade de controle cada vez mais engaiolam os seres humanos em grades e em camisas de força que, sem se darem conta ficam cada vez mais aprisionadas e escravizadas aos seus interesses insaciáveis. 

Quem são os donos das gaiolas do medo? As empresas e as modernas democracias que cada vez mais sem preconceitos substituem as antigas ditaduras dos ditadores e das realezas.

Como estamos vendo nos atuais acontecimentos das destruições em massa de populações de Minas Gerais pelas empresas mineradoras, o modo de produção capitalista mostra-se como promotor de um modelo de desenvolvimento genocida e exterminador de vidas humanas no país e no mundo. 

Além disso brincam com os meios sociais de comunicação descaradamente, tapando o sol com a peneira com mentiras deslavadas como esta que “as sirenes não tocaram porque são operadas manualmente” e “não deu tempo”.

Os povos antigos deixaram uma queixa assim:  "maldito o homem que confia no homem e faz consistir sua força na carne humana!” (Jer.17,5). 

Hoje em dia só resta o choro que beira o desespero de assistir ao desaparecimento de vidas engolidas por ganâncias mundiais associadas às ganâncias nacionais, e com a conivência com os três poderes do nosso Planalto.

Na verdade os poderes republicanos estão sendo minados pelos interesses pessoais e grupais de seus componentes. O aparato burocrático constitui-se em caça de benefícios “para si”, voltado para a manutenção do “status quo”, e o aparato repressivo da Constituição agora virou total incompetência de cumprir com sua missão.

O Estado está se revelando genocida e culpado pela miséria e morte de milhões de pessoas, brincando cada vez mais com os menos favorecidos, e prestigiando os grandes sistemas econômicos e financeiros.

O grito dos antigos, como atrás referido, era maldizer o sistema dos antigos reis. Agora a Bíblia serve para se juntar às novas ditaduras do Poder pelo Poder. 

Por isso em Brasília tem as bancadas do BOI, da BALA, e da BÍBLIA.  A estas juntou-se agora a neta que é a bancada da Mineração. E neste estado de coisas, tanto o BOI como a   BALA, e como a BÍBLIA só têm o mesmo objetivo: se aproveitar da máquina do Estado para seus próprios interesses e enriquecimentos. 

O BOI cada vez mais BOI, a BALA matando mais a população que reclama, e a BÍBLIA apoiando os dois. E os três contra a população e aumentando as suas fortunas.

E assim, para muitos iludidos com esse sistema de Bíblia invertem o conceito de salvação como sendo de salvação e aumento de suas riquezas e poderes e fortunas. 

Em lugar de servir a Deus passam a servir-se de Deus transformando-se num espaço para a resolução de problemas pessoais econômicos e financeiros.

A Igreja católica também sofre muita influência deste ambiente, com dificuldades de dar respostas às perguntas e questionamentos presentes. 

Com suas “verdades milenares” não acha que poderá ainda dar respostas adequadas aos problemas atuais. E em vez de se adequar às novas situações delineadas pelo Vaticano II e o último documento da Aparecida, muitos se voltam ainda para o passado querendo reviver métodos dos tempos antigos de uma religiosidade romântica na qual os Santos dão lugar às fadas e duendes de mescla com uma religiosidade terapêutica e curandeira.

É também preciso nos dar conta que antigamente, num mundo sem leitura, quase analfabeto, a verdade lhes chegava  pronta, e lhes chegava pela autoridade que assim como tinha o poder sobre o verdadeiro e sobre o falso, sobre o bem e sobre o mal, exerciam influência absoluta sobre as pessoas. Mas mudaram as relações familiares e até a relação entre os gêneros.

Por outro lado, outros voltam às saudades de querer reviver uma Igreja de púrpura, jóias, ouro e prata se afastando longamente do pobre de Nazaré e dos pobres com quem ele vivia e convivia.

Uma só coisa continua certa: A Igreja e o cristianismo não perderá nunca o seu poder civilizatório seguindo a sua essência que é o cuidado com o outro.

Para o cristão a existência só tem sentido se os humanos se debruçarem sobre o fazer o bem ao semelhante. O cuidado com o outro é a essência do cristianismo.

Quando a essência vira detalhes ou enfeites esvazia-se e esfumaça-se a essência do evangelho. E se as esferas do Cristianismo largarem de olhar ao essencial visando somente o lucro numa associação camuflada com as ideologias das bancadas do BOI, da BALA e da BÍBLIA, o mundo continuará cada vez mais refém das indústrias do medo fabricado pelas empresas nacionais e internacionais.

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