COLIGAÇÃO PSD/CDS|PP Obteve o maior número de votos e o PS o maior número de deputado
COLIGAÇÃO PSD/CDS|PP
Obteve o maior número
de votos e o PS o maior número de deputados
O líder da coligação Portugal
à Frente, vencedora das eleições deste domingo, que, não tendo conseguido uma
maioria absoluta, conquistou cerca de 37% dos votos dos eleitores, afirmou no
primeiro discurso após o resultado das eleições que era "inequívoco que
estas eleições mostraram uma força política vencedora", esclarecendo que
"essa força política vencedora foi a coligação".
O actual
primeiro-ministro reiterou ainda, enquanto se dirigia aos portugueses, que
a coligação estava disponível para acordos com os demais partidos. "Iremos
promover de forma muito expedita à convocação dos órgãos dos respectivos
partidos para um acordo de Governo, algo que esteve sempre subjacente à
coligação durante o período de campanha", reforçou.
Passos Coelho começou por se
dirigir ao país afirmando que o seu Governo "coincidiu com um período de
emergência nacional em que todos os portugueses foram chamados sem excepção a
fazerem grandes sacrifícios para que o país pudesse vencer as dificuldades
financeiras". Imediatamente a seguir, Passos falou do encerramento de um
ciclo e de uma "aposta num futuro com uma perspectiva de maior confiança e
esperança", sublinhando que "foi isso que os eleitores entenderam
quando se deslocaram a estas eleições" e felicitando "todas as forças
políticas".
Apesar dos valores da abstenção
terem ficado acima do que as projecções iniciais faziam prever, Passos Coelho cumprimentou os portugueses "pela
forma como se expressaram". "Não conseguimos chegar o
resultado de uma maioria no parlamento, mas respeito profundamente a decisão
que os portugueses tomaram e com toda a humildade afirmo que não deixarei de
fazer tudo o que está ao nosso alcance, o que é desejo inequívoco dos
eleitores que nos confiaram essa opção, procurando compromissos de estabilidade
para continuar o caminho de recuperação económica".
"Faremos o que nos compete
e estamos prontos para comunicar ao Presidente da República que a força
política eleita está disponível para formar Governo", disse. "Aquilo
que nos dispomos a fazer interpreta de forma correcta e humilde aquela que foi
a vontade do eleitorado", sublinhou.
Passos Coelho disse ainda que
a tarefa mais emergente "é um orçamento para 2016 que cumpra um dos
objectivos iniciais: sair do défice excessivo e manter Portugal a um défice
abaixo de 3%, mantendo um controlo e disciplina das dívidas públicas".
"É indispensável também procurar a recuperação do rendimento das famílias
que é necessário para que progressivamente, como disse, podermos deixar as
medidas de austeridade para trás". O líder da coligação recordou a
reposição dos salários da administração pública e do alívio do peso fiscal a
famílias numerosas, abordando também a promessa da remoção da sobretaxa do IRS,
"dentro de um caminho progressista". "Não deixaremos de devolver
também o excesso fiscal que possa ser arrecadado este ano", relembrou.
"Temos a obrigação de olhar com mais cuidado para aqueles que mais precisam.
Devemos apostar cada vez mais no combate às dificuldades sociais tal como foi
apanágio na nossa campanha".
O líder da coligação vencedora
falou da possibilidade de uma coligação com outros grupos parlamentares,
deixando no ar disponibilidade de se associar ao Partido Socialista, destacando
a sua proximidade às ideias europeias e à continuidade na Zona Euro. "Não é, pelo nosso lado, por não termos conseguido a
maioria - que nos daria a garantia de não haver sobressalto no
Parlamento - que não faremos o nosso melhor para que os próximos anos
não tenham sobressaltos", afirmou o líder social-democrata.
"A campanha
eleitoral terminou e as nossas obrigações de Governo obrigam-nos a por de lado
as bandeiras partidárias", garantiu Passos. "Todos os portugueses,
qualquer que seja a área partidária", têm com a coligação um desejo comum
para o país: o melhor do crescimento económico "ao serviço das igualdades
que possamos estabelecer e desigualdades que possamos travar".
O líder da
coligação despediu-se dos portugueses agradecendo ao líder do CDS-PP.
"Obrigado sincero a todos os que fizeram esta campanha connosco e ao
doutor Paulo
Portas, meu vice-primeiro-ministro, que possibilitou que as nossas
diferenças pudessem ser colocadas de lado e pudéssemos colocar Portugal
primeiro", concluiu.
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