JAPÃO Testemunho da Missão a Oriente por MARCO CASQUILHO
JAPÃO
Testemunho da Missão a Oriente por MARCO CASQUILHO
O P. Marco Casquilho é o da frente, ao centro. |
No Japão, numa população
aproximada de 130.000.000 de pessoas existem apenas 500.000 católicos. Os
cristãos correspondem apenas a 1% da população, sendo os protestantes 0,6%.
Apesar disso, existe um número razoável de 1500 sacerdotes. Por exemplo, na Arquidiocese
de Osaca cada padre tem ao seu encargo cerca de 350 fiéis. Comparando com a
nossa diocese de Santarém, em que existe um padre para 3000 fiéis podemos ver
tal disparidade. A primeira pergunta que me fazem é como podem existir tantos
sacerdotes e tão poucos fiéis. Bem, tendo em consideração que no século XVI com
apenas 100 missionários chegaram a existir 300.000 cristãos, os números são de
facto reduzidos… mas não devemos esquecer que durante duzentos anos o
cristianismo esteve proibido no Japão. Muitos cristãos foram martirizados e o
catolicismo só sobreviveu porque muitos leigos ocultaram a sua fé e a
transmitiram às gerações seguintes. Quando, em 1859, os missionários
regressaram ao Japão descobriram que em Kyushu, 60.000 praticavam ainda o
cristianismo na clandestinidade. Mas em 1945, quando os americanos lançaram a
bomba atómica bem próximo da Catedral de Nagasaki seriam dizimados 10.000
católicos. Desde então o número de católicos cresceu, mas ainda é
insignificante no âmbito da população geral.
Apesar de existir um número
significativo de padres no Japão, a presença do missionário é apreciada e
valorizada. Somos testemunhas de tradições e culturas diferentes, assegurando a
heterogeneidade e diversidade, num país que tradicionalmente tende para a unicidade
e homogeneidade. Podemos também assegurar o cuidado pastoral dos e estrangeiros
residentes no Japão, facilitando a sua inserção na sociedade e o seu
acolhimento pelos japoneses. Além disso, como migrantes podemos estabelecer uma
ponte entre Oriente e Ocidente, transmitindo informação e facilitando a
compreensão mútua. São múltiplos os campos de acção pastoral e os desafios
apresentados: desde o diálogo ecuménico com budistas e xintoístas, até ao
trabalho social com os sem-abrigo, pobres ou marginalizados.
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