PORTUGAL Marcelo promete dispensar regalias do estatuto de ex-chefe de Estado
PORTUGAL
Marcelo promete dispensar regalias do estatuto de
ex-chefe de Estado
O candidato presidencial
Marcelo Rebelo de Sousa prometeu hoje que, se for eleito Presidente da
República, dispensará quando abandonar o cargo as regalias inerentes ao
estatuto específico previsto na lei para ex-chefes de Estado.
POLÍTICA DISCURSOHÁ 31 MINSPOR
LUSA
Marcelo Rebelo de Sousa
falava na apresentação da sua candidatura presidencial em Lisboa, sessão que
não encheu o salão da Voz do Operário e na qual estiveram ausentes figuras de
primeira linha da direção do PSD.
No seu discurso, com cerca de
45 minutos, o antigo líder social-democrata evocou o espírito dos chefes de
Estado da I República e deixou a garantia de ser "um Presidente o mais
simples possível nos meios que usa, na vida que leva, nas estruturas que o
apoiam e na segurança que o rodeia".
"Um Presidente que, no
final do seu mandato, dispense o estatuto específico para ex-chefes de Estado.
Os primeiros presidentes da República entravam e saíam dos cargos
discretamente, desempenhando-os com uma frugalidade e reserva assinaláveis.
Claro que hoje muito mudou, o papel presidencial é muito mais vasto e o seu
estatuto mais complexo, mas recuperar um pouco desse espírito de moderação,
singeleza e frugalidade de há um século talvez seja positivo, sobretudo em
tempos de sofrimento para muitos portugueses", declarou Marcelo Rebelo de
Sousa.
Na sua intervenção, o
professor catedrático da Faculdade de Direito de Lisboa defendeu que Portugal
precisa de um chefe de Estado com as seguintes caraterísticas: "Um
Presidente que respeite e faça respeitar a Constituição, um Presidente que
respeite a separação de poderes, mas que use todos os poderes que tem se e
quando necessário e de um Presidente que seja próximo dos portugueses".
Marcelo Rebelo de Sousa
prometeu nesse sentido ser "um Presidente para os bons e maus momentos,
que esteja disponível para ser atacado, que sabe que a glória dura um segundo e
que a acrimónia e a crítica às vezes uma eternidade"
"Um Presidente que não
amue com perdas de popularidade", acrescentou o antigo líder do PSD.
Logo no início da sua
intervenção, Marcelo Rebelo de Sousa explicou o motivo que o levou a escolher a
Voz do Operário para apresentar a sua candidatura em Lisboa.
"É um local histórico,
simbólico da luta pela liberdade, igualdade e justiça social. Os lugares
simbólicos da nossa História são património de todos e não apenas de
alguns", disse, numa referência indireta ao facto de a Voz do Operário ser
normalmente palco de atividades de forças á esquerda do PS.
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