CUBA América 2015: Papa recorda «feridas» de Cuba
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América 2015: Papa recorda «feridas» de Cuba
O papa Francisco chega à Praça da Revolução, em Havana, no seu papamóvel l (Foto: Ramon Espinosa|AP) |
Francisco presidiu à primeira
Missa em Havana. Recordou as “feridas” do
povo cubano e elogiou a sua capacidade de superação, sublinhando a importância
do “serviço” aos outros.
“O santo povo fiel de Deus,
que caminha em Cuba, é um povo que ama a festa, a amizade, as coisas belas. É
um povo que caminha, que canta e louva. É um povo que, apesar das feridas que
tem como qualquer povo, sabe abrir os braços, caminhar com esperança, porque se
sente chamado para a grandeza”, declarou, na homilia da Missa que reuniu
milhares de pessoas na Praça da Revolução, na capital de Cuba.
Francisco recordou, neste
contexto, os mais frágeis e necessitados, advertindo os cubanos para os perigos
de “projectos que podem parecer sedutores” mas acabam por desinteressar-se de
quem está ao lado de cada um.
“As pessoas de carne e osso,
com a sua vida, a sua história e especialmente com a sua fragilidade, são
aquelas que Jesus nos convida a defender, assistir, servir”, assinalou o Papa,
para quem “ser cristão comporta servir a dignidade dos irmãos, lutar pela
dignidade dos irmãos e viver para a dignificação dos irmãos”.
“Servir significa, em grande
parte, cuidar da fragilidade. Cuidar dos frágeis das nossas famílias, da nossa
sociedade, do nosso povo. São os rostos sofredores, indefesos e angustiados que
Jesus nos propõe olhar e convida concretamente a amar”, acrescentou.
Francisco sublinhou que este
serviço “nunca é ideológico”, porque procura o bem de pessoas concretas e não
de ideias. A homilia partiu da pergunta ‘Quem é o mais importante?’, que os
discípulos de Jesus debatiam entre si. “A história da humanidade está marcada
pelo modo como se respondeu a esta pergunta”, precisou.
Jesus, observou o Papa, evitou
qualquer tipo de “elitismo” e propôs “a lógica do amor, uma lógica capaz de ser
vivida por todos, porque é para todos”. “A vida autêntica vive-se no
compromisso concreto com o próximo”, prosseguiu.
O presidente Cubano, Raúl
Castro, acompanhou a celebração, no local, juntamente com vários dirigentes do
Governo e do Partido Comunista, bem como da presidente da Argentina, terra
natal do Papa, Cristina Kirchner.
A multidão começou a juntar-se
no local desde as primeiras horas do dia, pintando de branco a ‘Plaza de la
Revolución José Martí’, o mesmo espaço onde presidiram à Missa São João Paulo
II (1998) e Bento XVI (2012) nas suas visitas.
Antes da Missa, o Papa
cumprimentou representantes de outras confissões cristãs presentes em Cuba,
anunciou o Vaticano. Na parte final da celebração, cinco crianças receberam a
Primeira Comunhão das mãos do Papa, num gesto invulgar em viagens pontifícias
que, segundo o Vaticano, quis simbolizar o crescimento da Igreja Católica em
Cuba. OC|AE
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