SUÉCIA Registada na Suécia série de incêndios em casas de refugiados
SUÉCIA
Registada na Suécia série de
incêndios em casas de refugiados
A Suécia está a sofrer uma
vaga de incêndios em casas de refugiados, na maioria de origem criminosa, sinal
extremo da rejeição dos requerentes de asilo por uma parte da população.
O mais recente dos incêndios deflagrou na madrugada de hoje em Munkedal, cidade habitualmente tranquila, com 10.000 habitantes, situada no sudoeste do país.
êndios
O fogo
não provocou ferimentos graves em qualquer dos 14 residentes, embora alguns
deles tenham ficado afetados pelo fumo. Foram rapidamente realojados.
"Tive
medo de morrer, foi horrível, mas agora já passou, estou em segurança",
disse Ahmet, refugiado somali inquirido pela rádio pública SR.
Desde
01 de janeiro, cerca de 15 incêndios reduziram a cinzas ou danificaram centros
de acolhimento e apartamentos em que viviam migrantes.
As
investigações estão a ser realizadas localmente, mas o Departamento Central da
Polícia Judiciária (NOA) poderá ser chamado a intervir se se encontrar uma
ligação entre os diversos casos, indicou uma porta-voz daquele gabinete, Carolina
Ekéus, citada pela agência de notícias francesa, AFP.
Em dez
dos casos, não houve qualquer dúvida da intenção criminosa.
A 19 de
junho, dois cocktails Molotov foram atirados a um edifício que albergava
migrantes.
A 16 de
agosto, uma cruz cristã foi incendiada nas proximidades de uma casa e, no mesmo
dia, um centro de acolhimento foi evacuado após a descoberta de um saco
contendo líquido inflamável.
Dentro
dessa casa em Arboga, no centro do país, residia um eritreu de 36 anos que,
três dias antes, tinha matado com uma arma branca uma mulher de 55 anos e o seu
filho de 28 anos numa loja Ikea em Västeras.
A
Agência das Migrações sueca delega a gestão do alojamento a prestadores de
cuidados, associações ou entidades privadas, também responsáveis pela segurança.
"Nós
não temos meios para investigar, mas estamos em estreito contacto com a
polícia", sublinhou uma porta-voz da agência, Guna Graufelds.
O
primeiro-ministro social-democrata, Stefan Löfven, condenou hoje o que
classificou como um fenómeno "grave e assustador".
"Esta
não é a Suécia de que nos orgulhamos", declarou à agência noticiosa TT,
atacando "a retórica" anti-imigração que "está a aumentar as
tensões".
"Um
país civilizado e humano como a Suécia não pode aceitar que os centros de
acolhimento para requerentes de asilo sejam alvo de pirómanos", sustentou
na rede social Twitter a ministra dos Negócios Estrangeiros, Margot Wallström.
Sem o
nomear, o chefe do executivo fez eco das críticas ao partido de extrema-direita
dos Democratas da Suécia. O seu presidente, Jimmie Akesson, insiste em que o
reino escandinavo se dirige para "o abismo, em termos de sociedade, de
coesão e de Estado providência".
"Os
Democratas da Suécia dedicam-se a difundir uma imagem apocalíptica da
imigração. Os seus simpatizantes estão convencidos de que o país está prestes a
afundar-se, que os suecos serão em breve uma minoria e que vão ser obrigados a
converter-se ao Islão", escreveu o diário de esquerda Aftonbladet num
editorial.
A
Suécia está a registar entre 9.000 e 10.000 novos pedidos de asilo por semana,
num total de 100.000 desde o início deste ano.
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