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Rússia ataca Síria com mísseis lançados do Mar Cáspio
Navios russos investem contra o que dizem ser posições do Estado Islâmico |
Quatro
navios de guerra russos lançaram nesta quarta-feira 26 mísseis de cruzeiro das
águas do Mar Cáspio contra o que disseram ser 11 alvos do Estado Islâmico (EI) na Síria– a 1.500 quilômetros–, segundo informou
o presidente russo, Vladimir Putin, e seu ministro da Defesa, Sergei Shoigu, em
uma declaração conjunta televisionada pelo canal estatal. O Exército russo deu
cobertura a uma ofensiva terrestre das forças do Governo sírio no que parece
ser o primeiro ataque coordenado desde que a Rússia começou
sua campanha em 30 de setembro nesse país.
“Segundo
dados de controle, todos os objetivos foram destruídos e não houve vítimas
entre a população civil. Os resultados do ataque demonstraram a alta eficácia
dos mísseis a grandes distâncias, de quase 1,500 quilômetros”, afirmou Shoigu.
Essa foi a primeira vez
que a Rússia informou o uso de mísseis de cruzeiro em sua operação militar contra
os jihadistas na Síria, que nesta quarta-feira completa uma semana.
Até agora, todos os ataques contra alvos das diferentes organizações
terroristas que figuram entre os objetivos russos haviam sido com bombardeiros
e aviões de assalto.
O
anúncio dessa nova escalada na ofensiva da Rússia na Síria –que países
ocidentais e a Turquia consideram ser uma manobra para atacar os grupos
contrários a seu aliado Bashar al-Assad, o presidente sírio, acusação
que o Kremlin nega –se produz depois da divulgação de que esta semana aviões russos entraram no
espaço aéreo turco; e também um dia antes da reunião trimestral dos
ministros da Defesa dos países da OTAN, que terá lugar na quinta-feira em
Bruxelas.
Putin
afirmou que ainda é muito cedo para falar dos resultados das operações que a
Rússia tem empreendido na Síria. Ele disse ter ordenado ao ministro da Defesa
que continue cooperando com osEUA, Turquia, Arábia Saudita, Irã, Iraque e
Síria.
Por
sua vez, Shoigu fez um balanço da primeira semana de bombardeios. “Desde 30 de
setembro até hoje, foram realizados bombardeios aéreos contra 112 alvos”,
garantiu o ministro, que também destacou que a intensidade desses ataques “vai
aumentando”. Foram destruídos, disse, 12 depósitos de armas 71 peças de
armamento pesado, assim como fábricas de explosivos.
Cooperação com
a oposição moderada
Por
outro lado, o presidente russo afirmou que a Rússia estaria disposta a unir
forças com a oposição moderada síria que combate os terroristas,
especificamente com o Exército Livre Sírio.
Vladimir
Putin (esquerda) e o ministro da defesa, Sergei Shoigu, em Sochi, nesta
quarta-feira. / RIA
NOVOSTI (REUTERS)
"No
caso da ala militar da oposição moderada, unir os esforços na luta contra
organizações terroristas como o Estado Islâmico ou a Al Nusra seria uma boa
base para o posterior arranjo político na Síria”, disse Putin, que ressaltou
que Moscou nem sequer sabe onde estão suas posições nem quem os comanda.
A
Rússia iniciou a campanha aérea na Síria garantindo que seu objetivo é combater
os jihadistas do Estado Islâmico. No entanto, seus aviões bombardearam
outros grupos rebeldes que se opõem ao presidente Bashar al Assad,
aliado de Moscou.
Os
países ocidentais, as nações árabes e a Turquia, que combatem o EI, mas também
buscam fazer com que Assad deixe o poder, sustentam que a Rússia está usando o
Estado Islâmico como pretexto para atacar outros inimigos de Assad. Ao mesmo
tempo, o Governo de Putin diz que o Governo de Assad tem de ser a peça central
dos esforços internacionais para combater o extremismo islamista.
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