Jornadas Missionárias 2017 "Ser missionário não é ser caixa de ressonância"

FÁTIMA
Jornadas Missionárias 2017
"Ser missionário não é ser caixa de ressonância" por Hugo Anes
As Jornadas Missionárias contaram com a participação de 250 missionários.
Foto: Hugo Anes/Voz da Missão

Na preparação para o Dia Mundial das Missões, realizaram-se em Fátima, no fim-de-semana de 16 e 17 de setembro, as Jornadas Missionárias 2017. A iniciativa promovida uma vez mais pelas Obras Missionárias Pontifícias (OMP), possibilitou o encontro de cerca de 250 missionários, à volta do tema: “Missão do Coração ao Coração”.
O presidente da Comissão Episcopal Missão e Nova Evangelização, Dom Manuel Linda, abriu as jornadas dedicadas à missão recordando que “é a partir do coração que nasce o pensar e o querer e daí brotam as grandes decisões e opções fundamentais da vida”, explicou o Bispo das Forças Armadas.
No entanto, quando o missionário aceita o desafio da missão apercebe-se da complexidade da vida, depara-se com o desconhecido e a novidade.
Nestas situações, a professora universitária, Isabel Varanda, aconselha os missionários a “não ter medo, a cultivar em si uma atenção constante e sobretudo a não perder de vista a finalidade da vida,
que é afinal cuidar da Criação e dar uma particular atenção aos mais frágeis”, recomendou a professora universitária.
Por sua vez, Dom António Couto, apelou aos missionários participantes nas Jornadas Missionárias 2017, para que se interroguem constantemente sobre “qual é a sua verdadeira missão?” E nesta interrogação, inspirem-se em Maria, Mãe de Deus, que “procurou o sentido, a intenção, o propósito daquele Anúncio da parte de Deus”. Segundo o por HUGO ANES
Bispo de Lamego, a exemplo de Nossa Senhora, também o missionário “tem de acolher, abraçar, segurar Jesus. E depois tem de O mostrar - Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida –, tem de ir ao encontro dos outros e mostrar a imensa beleza e bondade que vem de Deus”, indicou Dom António Couto.
Os missionários não devem guardar a beleza e a bondade de Deus para si, opinião corroborada pelo Padre Adelino Ascenso. O Superior geral dos Missionários da Boa Nova (SMBN), disse que há habitualmente “o receio de nos expormos e comprometer-nos”. Mas prosseguiu dizendo que em todos
nós “também existe o desejo de ser aceites, acompanhados e escutados”. E é essa a missão: “Ide e escutai, ide e aprendei, ide e silenciai”, disse o missionário que trabalhou no Japão ao longo de quase
20 anos.
Atualmente, quais são as prioridades da Missão? Em que âmbitos os missionários são chamados a servir? No decorrer das Jornadas Missionárias, o diretor das Obras Missionárias Pontifícias, o Padre António Lopes, propôs a iniciativa Missão – Ação, na qual os 250 participantes divididos em 4 grupos, sugeriram ideias e iniciativas para que a Igreja seja mais ativa em vários âmbitos da Missão. Por exemplo, no que respeita à promoção da paz, da justiça e da ecologia integral, foi sugerido que
“há que lutar contra a indiferença e envolver-se mais no cuidado ao outro e à Casa comum”. E este envolvimento, deve começar com pequenos passos tais como “rever a nossa forma de comunicar,
de nos relacionarmos e de escutar os outros”. Outra sugestão comummente aceite foi a de que “precisamos escutar e alimentar-nos mais da Palavra de Deus, pois é esta Palavra que nos edifica na
justiça, na paz e no cuidado à Criação”.
As Jornadas Missionárias 2017 prosseguiram no Domingo, e abriram com a reflexão do diretor do Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS), Dr. André Costa Jorge, cujo testemunho lembrou que a missão para além de acolher também é denunciar as injustiças. Referindo-se à hostilidade e violência praticada contra milhões de pessoas migrantes e refugiadas, o diretor do Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS) lembrou que é a pobreza e os conflitos que estão na origem das migrações. E de seguida, avivou a memória de todos, recordando que “acolher o estrangeiro, traz mais felicidade
do que pobreza”.
O cântico do Magnificat, aprofundado por Frei João Lourenço, concluiu as Jornadas Missionárias 2017. Segundo o diretor da faculdade de Teologia, em Lisboa, ao contemplar “Maria, que recebe o anúncio e depois vai levá-lo a sua prima Isabel”, vê-se neste acontecimento o encontro fundacional da missão”.
E ser missionário como Maria, “não é ser caixa de ressonância, é ser lugar e espaço de salvação” in
"VOZ DA MISSÃO" outubro 2017

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