CAMINHAR JUNTOS Caminhar juntos: na “revolução do serviço”, na liberdade religiosa e no voluntariado Por P. Armando Soares


 CAMINHAR JUNTOS
Caminhar juntos: na “revolução do serviço”, na liberdade religiosa e no voluntariado
D.R.
JOVENS
A revolução do serviço
1.O Papa Francisco enviou, no passado dia 21, uma mensagem aos jovens, crentes e não-crentes, através do YouTube, propondo o que chama de “revolução do serviço”.
“A nossa vida só encontra sentido no serviço a Deus e ao próximo”, refere, em preparação da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) 2019, que vai decorrer, do dia 23 a 28 de janeiro 2019, no Panamá, e a que ele vai presidir. Assinala: “há muitos jovens, crentes ou não crentes”, que, no final dum período de estudos, mostram “desejo de ajudar os outros, fazer algo pelos que sofrem”.
“Esta é a força dos jovens, a força de todos vós, que pode transformar o mundo; esta é a revolução que pode desbaratar os «poderes fortes» desta terra: a «revolução» do serviço”.
A 34ª edição da JMJ, o maior evento internacional promovido pela Igreja Católica para os jovens, tem como tema a resposta da Virgem  Maria ao chamamento de Deus: ‘Eis a serva do Senhor, faça-se em Mim segundo a tua palavra’. “As suas palavras são um «sim» audaz e generoso; Ela compreendeu o segredo da vocação: sair de si mesmo e pôr-se ao serviço dos outros”, acrescenta.
Maria foi uma “mulher feliz”, porque foi “generosa com Deus”. Para colocar-se ao serviço dos outros, não basta estar “pronto para a ação”, mas é preciso também “entrar em diálogo com Deus”. É a partir deste diálogo que descobrimos a nossa identidade e a vocação a que o Senhor chama: matrimónio, vida consagrada, sacerdócio.
As JMJ são um acontecimento religioso e cultural que reúne jovens de todo o mundo durante uma semana.

LIBERDADE RELIGIOSA
Duas experiências em regime democrático
2.A Comissão de Liberdade Religiosa (CLR) promoveu, no dia 20 passado, a conferência ‘A situação da liberdade religiosa em Portugal e Espanha: duas experiências em regime democrático’, no auditório do Centro de Estudos Judiciários, em Lisboa.
“Temos um bom enquadramento constitucional, um direito constitucionalmente garantido em termos amplos, temos também um regime que reconhece a tradição histórico-cultural da Igreja Católica em Portugal e a sua relevância mas não deixa de reconhecer direitos amplamente às demais confissões religiosas”, analisou o professor universitário Jónatas Machado.
E esclarece que o reconhecimento das diversas confissões religiosas “dilui um bocado” a distinção entre maioria e minoria, porque “todas têm um quadro jurídico” para atuarem, “dentro de um sistema adequado à dimensão e ao peso social de cada uma”.
Sobre a Espanha, o professor Jaime Rossell,  disse que a liberdade religiosa chegou com a Constituição de 1978; depois de quase 40 anos, podem “reconhecer que o modelo” é exemplo para outros países da Europa. “Apostou num princípio de cooperação com as confissões religiosas. A nossa constituição entendeu o princípio de neutralidade e da confessionalidade que o direito religioso era algo bom e que devia adotar uma função de promoção”, afirmou.
E realçou que a liberdade religiosa “goza de boa saúde” em Espanha, numa sociedade que, com a emigração, se tornou “plurirreligiosa”, muito diferente dos anos 70, hoje com “aproximadamente dois milhões de muçulmanos, um milhão de ortodoxos, mais de 1 milhão de pessoas que pertencem a Igrejas protestantes”.
“Foi com as revoluções nos EUA e na França que pela primeira vez se declarou a liberdade religiosa para todas as pessoas poderem ter e praticar uma religião. Isso foi uma grande aquisição civilizacional”, acentuou.
E o presidente da CLR, José Vera Jardim, explicou que, em Portugal, a relação do Governo com as confissões “é boa” e que “o diálogo entre as confissões é um exemplo”. “Há uma lei que é abrangente, que dá estatuto de dignidade às diversas confissões religiosas existentes. Há um clima de paz religiosa em Portugal, seremos dos países da Europa onde não há problemas visíveis”, observou.
Creio que temos alguns problemas em que, na prática, se é mais tolerante com as   outras religiões do que com a católica, mas isso é questão de Governos e Assembleias da República, cuja maioria dos membros não professam qualquer religião.

VOLUNTARIADO
Homenagem ao trabalho de voluntariado
3.O Troféu Português do Voluntariado vai ser entregue, no dia 04 de dezembro, às 17h00, no auditório António de Almeida Santos, na Assembleia da República, em Lisboa.
Com o Patrocínio da Presidência da República, o Troféu Português do Voluntariado pretende “homenagear o trabalho dos voluntários e incentivar a prática do voluntariado” e é entregue pela Confederação Portuguesa do Voluntariado (CPV).
É o reconhecimento e a valorização do voluntariado que tem, em Portugal, uma notória expressão e é cada vez mais praticado pelas camadas mais jovens”.
Objetivo: “Promover o voluntariado como exercício de cidadania ativa, de solidariedade e de dádiva, na construção do bem comum” e “valorizar o voluntariado que contribua para a melhoria das condições de vida nas comunidades”. No dia 5 de dezembro comemora-se o Dia Internacional do Voluntariado.
Portugal foi reconhecido no Conselho dos Bispos Europeus no encontro deste ano como um dos principais países com mais voluntários sobretudo jovens.  A identidade cristã e humanitária estará na base desta “cultura da solidariedade”.


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