ECOLOGIA Ambiente: Conferências Episcopais dos cinco continentes assinam declaração em defesa do Ambiente
ECOLOGIA
Ambiente: Conferências
Episcopais dos cinco continentes assinam declaração em defesa do Ambiente
Out 27, 2018 - 15:15
D. Gabriel Mbilingi, presidente
do Simpósio das Conferências Episcopais da África e Madagáscar, diz que grito
da terra é o grito da humanidade
Octávio Carmo, enviado da Agência ECCLESIA ao Vaticano |
Cidade do Vaticano, 27 out 2018 (Ecclesia) – Os presidentes de seis
confederações continentais das Conferências Episcopais católicas assinaram em
Roma um documento conjunto, em defesa de ações políticas e da comunidade
internacional contra os efeitos das alterações climáticas.
D. Gabriel Mbilingi, arcebispo do Lubango (Angola) e presidente do
Simpósio das Conferências Episcopais da África e Madagáscar (SECAM), um dos
signatários, explicou hoje à Agência ECCLESIA que o objetivo do documento é dar
um “contributo” ao debate em curso, apelando ao “cuidado da terra, ao cuidado
das pessoas e da sociedade”.
“O grito da terra, da mãe terra, em relação ao uso que dela fazemos e até
à destruição que está em curso, é equivalente ao grito que vem da humanidade,
da sociedade que precisa de ser também ela acordada, para que não se cometa
este suicídio”, sublinha.
A declaração foi assinada, em Roma, esta sexta-feira (26/10), pelo cardeal
Angelo Bagnasco, presidente do Conselho das Conferências Episcopais da Europa;
o cardeal Oswald Gracias, presidente da Federação das Conferências Episcopais
Asiáticas; pelo arcebispo Peter Loy Chong, presidente da Federação dos Bispos
Católicos da Oceânia; pelo arcebispo Jean-Claude Hollerich, presidente da
COMECE (episcopados católicos da União Europeia); pelo arcebispo Gabriel
Mbilingi, presidente do SECAM; e pelo cardeal Rubén Salazar Gómez, presidente
do Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM).
Os responsáveis católicos pedem aos políticos que trabalhem por uma
implementação ambiciosa do Acordo de Paris, de 2015.
O documento tem em vista a próxima conferência da ONU sobre mudanças
climáticas, a COP24, que decorre em Katowice, Polónia, em dezembro deste ano.
Os responsáveis da América Latina, Ásia, África, Oceânia e Europa pedem
que os “grandes emissores de gases com efeito estufa assumam responsabilidades
políticas e atendam aos compromissos de financiamento climático”.
Entre os pontos centrais da proposta estão a limitação do aquecimento
global a 1,5 graus celsius; a adoção de estilos de vida sustentáveis; o
respeito pelas comunidades indígenas; ao fim da era dos combustíveis fósseis,
com transição para formas renováveis de energia; a reforma do sistema agrícola,
para um fornecimento saudável e acessível de alimentos para todos.
A declaração tem o apoio das redes católicas CIDSE,
Caritas Internationalis e Movimento Católico Global pelo Clima.
“Precisamos de ver uma transformação nas negociações climáticas de
Katowice. Podemos salvar o planeta e aqueles que sofrem o maior risco de
impacto das condições climáticas extremas, mas precisamos da vontade política
para tornar isso uma realidade”, disse Michel Roy, secretário-geral da Caritas
Internationalis.
OC
A reportagem em Roma é
realizada em parceria para a Agência Ecclesia, Família Cristã, Flor de Lis,
Rádio Renascença e Voz da Verdade, com o apoio da Fundação Ajuda à Igreja que
Sofre
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