BOLIVIA Bolívia, papa recebe um crucifixo em forma de foice e martelo
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Bolívia, papa recebe um crucifixo em forma de
foice e martelo
09/07/2015 IA -
Atualizado às 17h43
Em sua visita à Bolívia,
o papa Francisco recebeu na quarta-feira (8) umpresente inusitado do
presidente Evo Morales: uma imagem de Jesus Cristo entalhada em madeira, numa cruz
formada por uma foice e martelo, símbolo histórico do comunismo.
A imagem entregue por Evo ao papa é uma
reprodução de escultura feita pelo sacerdote espanhol Luis Espinal, assassinado
em 1980 por paramilitares por sua ligação com movimentos sociais bolivianos.
Francisco visitou o local onde seu corpo foi encontrado e homenageou o
religioso.
O simbolo da foice cruzada com o martelo é
um ícone da esquerda desde a Revolução Russa, em 1917. Cada ferramenta
representa uma classe de trabalhadores: a foice, os camponeses; o martelo, os
operários. A imagem tornou-se o símbolo do Exército Vermelho, da então União
Soviética e dos partidos comunistas ao redor do mundo.
Evo se define como representante de uma
corrente política conhecida como "Socialismo do Século 21", ao lado
dos governantes da Venezuela e do Equador.
Além do crucifixo, Morales também entregou a
Francisco um exemplar do "Livro do Mar", editado pelo governo da
Bolívia. A publicação resume o histórico da disputa territorial entre o país
andino e o Chile, que será julgada pela Corte Internacional de Haia.
O papa também foi condecorado com o Condor dos Andes, maior honraria oferecida pelo país, além da distinção Luis Espinal, criada para homenagear religiosos que se destaquem pela defesa dos pobres, dos marginais e dos enfermos.
O papa também foi condecorado com o Condor dos Andes, maior honraria oferecida pelo país, além da distinção Luis Espinal, criada para homenagear religiosos que se destaquem pela defesa dos pobres, dos marginais e dos enfermos.
Evo, por sua vez, recebeu uma reprodução do
mosaico "Salus Populi Romani", imagem de Nossa Senhora com o menino
Jesus nos braços, cujo original está exibido desde 1611 na capela da Basílica
de Santa Maria Maior, em Roma. Trata-se de uma das sete igrejas de peregrinação
dos católicos.
Francisco desculpou-se com Evo, dizendo que
a lembrança que lhe trazia era "mais simples" do que as recebidas.
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