TROIKA Passos agradece a quem “não andou a lamuriar-se”
Passos agradece
a quem “não andou a lamuriar-se”
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PEDRO NUNES/LUSa
Sem falar diretamente na Grécia, o
primeiro-ministro destacou este sábado em Portimão o esforço de quem colaborou
para tirar Portugal da crise.
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O
presidente do PSD disse este sábado, no Algarve, que “é difícil ajudar quem não
quer ser ajudado” e mostrou-se agradecido pela ajuda que os parceiros europeus
deram a Portugal para sair da crise.
“Sabemos bem, por experiência própria, os
erros que a classe política e dirigente empresarial e social em Portugal
cometeu, sabemos também avaliar de forma muito preciosa a maneira como, quando
precisámos, os nossos parceiros europeus nos ajudaram a ultrapassar essa
situação difícil”, afirmou Pedro Passos Coelho ao discursar no aniversário da
JSD, em Portimão.
Sem se referir diretamente à Grécia, Passos Coelho acrescentou que, por “mais
que se queira ajudar alguém, é muito difícil ultrapassar as dificuldades quando
esse alguém não quer ser ajudado e não se quer ajudar a si próprio”.
O também primeiro-ministro sublinhou que a
Europa está “cheia de exemplos de povos, de nações, que pediram ajuda, mas que
souberam também fazer tudo o que estava ao seu alcance para ultrapassar os seus
problemas” com as reformas estruturais e as medidas de austeridade que
aplicaram para poderem sair da crise. E agradeceu a quem em vez de “se
lamuriar” trabalha para puxar pelo país.
“E foi isso que aconteceu em Portugal”,
afirmou o governante, dando como exemplos a Irlanda ou a Espanha, que também
conseguiram aplicar com sucesso a receita da zona euro para realizar “as
transformações” que precisavam para “ultrapassar a crise”.
Passos Coelho reconheceu que, agora, com a
crise “ultrapassada”, ainda se podem “observar muitos aspetos negativos” aos
quais o país precisa de responder nos próximos anos, mas considerou que estão
lançadas as bases para, no futuro, Portugal entrar no caminho do crescimento e
por essa via melhorar a vida dos cidadãos.
Nós, que agradecemos a ajuda que nos deram para podermos
resolver os nossos problemas, não nos esquecemos de todos portugueses que
conseguiram, no seu dia-a-dia difícil destes quatro anos, saber que se não
fossemos nós a resolver os nossos problemas ninguém, mas ninguém, os viria a
resolver no nosso lugar”, elogiou o governante.
O presidente do PSD considerou que os
portugueses, ao longo dos últimos quatro anos de austeridade, souberam fazer o
trabalho que “ninguém faria” por eles para tirar o país da crise e recordou
que, em 2010, estava em curso a crise da dívida soberana, tinha havido o pedido
de ajuda da Grécia e o programa de assistência à Irlanda.
“Portugal tinha acabado de reconhecer
inevitabilidade dessa ajuda externa”, acrescentou, frisando que a crise deixou
também “a nu as insuficiências da arquitetura europeia e sobretudo a
irresponsabilidade nacional que tinha predominado em vários países da zona
euro”.
Nestes quatro anos, segundo o
primeiro-ministro, a Europa encontrou “novos mecanismos, que não estavam
inicialmente previstos na União Económica e Monetária” para “defender ao mesmo
tempo o conjunto dos países da zona euro dos ataques especulativos” e “das
vulnerabilidades de cada um dos seus membros”, mas também “ajudar os que mais
precisavam a não terem que sofrer uma espécie de castigo eterno pelos erros
passados que tinham cometido”.
“Nenhuma sociedade e país, por mais erros
que tenha cometido, deve condenar as gerações futuras em razão desses erros do
passado”, defendeu.
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