GRÉCIA Acordo com a Grécia em dois dias
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Acordo com a Grécia em dois dias
Credores internacionais mostraram-se satisfeitos com as novas propostas do governo grego, que vão ser analisadas pelas instituições. O acordo final deverá ficar definido no Eurogrupo já agendado para quarta-feira
No final da cimeira de líderes da Zona Euro, que se seguiu a um Eurogrupo, foi avançado que o mais certo é que o acordo final seja fechado numa nova reunião já marcada para esta quarta-feira, e que será apresentado na quinta. É pelo menos a vontade do presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e do presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk.
"As propostas do governo grego são um passo positivo para um acordo. Serão analisadas nas próximas horas. Uma reunião do Eurogrupo terá de encerrar o processo na quarta-feira à noite para serem apresentadas na quinta-feira de manhã", disse Donald Tusk na conferência de imprensa.
Mais confiante, Jean-Claude Juncker diz: “Vamos encontrar uma solução esta semana”. O presidente da Comissão Europeia tem a certeza que foram dados passos decisivos para que seja alcançado um acordo, e até porque, acrescenta, “um acordo tem de ser alcançado esta semana”.
Jean-Claude Juncker (E) e Alexis Tsipras (D) - Foto: EPA
Porém, o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, deixou claro, na conferência de imprensa após a reunião, que não se vai conformar com uma solução "parcial", e que o acordo terá de incluir um pacote de crescimento.
"[O governo grego] não quer uma solução parcial. Queremos uma solução completa e viável, juntamente com um pacote de crescimento", disse Tsipras.
A diretora do FMI, Christine Lagarde, também espera o acordo em dois dias. À saída da reunião, Lagarde sugeriu essa intenção, quando disse que havia “muito trabalho a fazer nas próximas 48 horas”. Uma esperança partilhada por Angela Merkel, que disse esperar que na quinta-feira já só seja preciso anunciar o acordo final. Visivelmente cansada no final da reunião, a Chanceler alemã garantiu que todos os líderes europeus concordaram com compromissos para ajudar a Grécia e que a partir de agora há muito trabalho para fazer “rapidamente”.
Sobre cenários a longo-prazo, ou um “plano B”, não foram dadas quaisquer informações. A chanceler alemã garante que não foi discutida a possibilidade de um terceiro resgate, nem a duração de uma eventual extensão ao atual programa. A questão da dívida não é uma "prioridade" para a chanceler, já que a Grécia só terá de devolver dinheiro à Zona Euro "dentro de muitos anos".
Também não foi discutida uma possível “retenção de capitais” nos bancos gregos, garantiu o presidente da Comissão Europeia, que também reiterou não ser altura para falar sobre uma reestruturação/alívio da dívida.
Da parte dos credores sabe-se apenas que o BCE prometeu continuar a ajudar a banca grega. Fonte do governo de Atenas disse, à Reuters, que a garantia foi dada pelo próprio presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, ao primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, numa reunião de 30 minutos, anterior à conferência de líderes.
Passos Coelho: "O governo grego deseja que o país fique no euro"
O primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, também falou à saída da cimeira de líderes e, tal como os seus parceiros, disse que as próximas horas são cruciais para a Grécia conseguir um acordo.
"O governo deseja rever a condicionalidade prevista para o desembolso da [última tranche do resgate] mas ainda não foi possível chegar a um acordo".
Afastando o “fantasma” da saída da moeda única, o primeiro-ministro disse que “o governo grego deseja que o país fique no euro”, e que o “acordo [final] para a Grécia resultará da análise da proposta apresentada no Eurogrupo [desta manhã]".
Passos Coelho reiterou, ainda, a disponibilidade de Portugal para o diálogo e para contribuir para uma solução "verdadeira" para o país.
De uma saída do euro a um acordo quase certo: as medidas chave
Fonte da União Europeia, citada pelo The Guardian, diz que a Grécia cumpriu com 90% das exigências dos credores para conseguir este entendimento. A chave para um acordo, segundo a mesma fonte oficial, parece recair sobre o IVA da restauração e hotelaria, que pode subir para os 23%.
Porém, este pode apenas ser o passo final. O que realmente fez diferença foram as medidas apresentadas, à última da hora, no Eurogrupo desta manhã.
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