UCRÂNIA Ucrânia acusa rebeldes pró-russos de lançar ofensiva contra exército
UCRÂNIA
Ucrânia acusa rebeldes pró-russos de lançar ofensiva contra
exército
Separatistas negaram, por sua vez, ter lançado uma ofensiva contra as tropas de Kiev, mas confirmaram que ocorriam combates perto de Mariinka, a cerca de 20 km de seu reduto de Donetsk |
postado em 03/06/2015 15:57
Kiev - A Ucrânia acusou nesta quarta-feira os rebeldes pró-russos
do leste do país de lançarem "uma grande ofensiva" contra as posições
do exército ucraniano, apesar do cessar-fogo em vigor no país, enquanto a
Rússia denunciou as provocações ucranianas.
Os separatistas negaram, por sua vez, ter lançado uma ofensiva contra as tropas de Kiev, mas confirmaram que ocorriam combates perto de Mariinka, a cerca de 20 km de seu reduto de Donetsk.
Os separatistas negaram, por sua vez, ter lançado uma ofensiva contra as tropas de Kiev, mas confirmaram que ocorriam combates perto de Mariinka, a cerca de 20 km de seu reduto de Donetsk.
Trata-se do maior ataque denunciado por Kiev desde a tomada
pelos rebeldes do enclave ferroviário estratégico de Debaltseve, entre os
redutos rebeldes de Donetsk e Lugansk, pouco após a entrada em vigor da trégua,
em 15 de fevereiro, após os acordos de paz de Minsk.
"Por volta das 04h00, os terroristas russos, em violação
aos acordos de Minsk, lançaram uma grande ofensiva contra as posições
ucranianas (...). O inimigo enviou mais de 10 tanques e até 1.000 homens contra
as forças ucranianas a caminho de Mariinka", a 20 km do reduto separatista
de Donetsk, informou o estado-maior do exército em um comunicado.
As autoridades ucranianas já haviam denunciado horas antes um
ataque com artilharia e tanques contra suas posições em Mariinka, mas o porta-voz
militar de Kiev, Andrii Lisenko, havia descartado uma ofensiva de peso.As armas
de calibre superior a 100 milímetros deveriam ter sido retiradas do front,
segundo os acordos de paz de Minsk assinados em fevereiro.
Segundo Viatcheslav Abroskin, chefe da polícia da região de
Donetsk, leal a Kiev, os rebeldes recorreram igualmente a lança-foguetes
múltiplos Grad, que também deveriam ter sido distanciados da linha de combate.O
número de vítimas neste novo incidente ainda incerto nesta quarta à noite.
O "ministro" da Defesa da auto-proclamada
República Popular da Donetskda RPD, Vladimir Kononov, relatou 15 mortes, de
acordo com a agência oficial s
eparatista.
Enquanto um representante dos serviços de segurança
ucranianos (SBU), Markian Loubkivski, avançou um balanço similar no Facebook.
Segundo o SBU, 10 rebeldes foram mortos nos confrontos, assim
como quatro membros da inteligência militar russa(GRU).Mais de 80 rebeldes
teriam sido feridos, de acordo com a mesma fonte.
Do lado ucraniano, um representante da secretaria de Saúde da
região de Donetsk, Volodymyr Kolessnik, relatou apenas seis civis e 11 soldados
feridos em Mariinka.Em razão do tiroteio, todos os postos de controle nas mãos
de Kiev foram fechados ao trânsito, bloqueando centenas de veículos.
"Estamos esperando no sol há horas, os soldados dizem
que há numerosos explosivos não detonados mais abaixo na estrada e que há
combates", relatou à AFP uma mulher de 30 anos de idade, Inna, bloqueada
em Volnovakha, 35 km ao sul de Donetsk.
Enquanto os rebeldes negaram a ofensiva, Dmitri Peskov,
porta-voz do presidente russo Vladimir Putin, denunciou "as provocações do
exército ucraniano que, tanto quanto podemos dizer, provoca em grande medida a
situação".
Essas informações provocam temores pelos acordos de Minsk,
assinados a fim de acabar com uma crise que conduziu a uma confrontação sem
precedentes desde a guerra Fria entre a Rússia e os ocidentais.
O conflito entre o exército ucraniano e os rebeldes deixou mais
de 6.400 mortos desde seu início, em abril de 2014. Kiev e o Ocidente acusam o
Kremlin de apoiar e armar os separatistas pró-russos, o que Moscou nega.
A Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE)
afirmou, no entanto, em um relatório publicado na semana passada ter visto
quatro soldados e um veículo com insígnias russas perto de Donetsk.
Na terça-feira, uma reunião em Minsk para o avanço dos
acordos de paz foi adiada."A Rússia prejudicou a reunião de ontem e hoje
ordenou que seus terroristas lançassem uma operação militar", disse o
primeiro-ministro ucraniano, Arseniy Yatsenyuk.
Sinal da crescente tensão entre a Ucrânia e seu vizinho
russo, uma estátua de Lênin, símbolo da era soviética e dominação de Moscou,
foi derrubada pelos ultranacionalistas ucranianos em Slavyansk.
Em Donetsk, o "presidente" Alexander Zakharchenko
anunciou que ONGs estrangeiras apoiando
"pontos de vista nacionalistas" ucranianos seriam em breve banidas.
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