TURQUIA Turquia lança ataques aéreos simultâneos contra EI e PKK
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Turquia lança ataques aéreos simultâneos contra EI e PKK
25 JUL 2015 09h41
Antes acusada pela aliança internacional de inação contra o terrorismo, Ancara arrisca dupla ofensiva contra ambas as organizações, no Iraque e na Síria. Curdos do PKK anunciam fim de pacto de paz de 2013 com a Turquia.
O governo turco lança uma ofensiva militar simultânea contra as forças do "Estado Islâmico" (EI) e as do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) na Síria e no Iraque. Ambas as organizações, classificadas como terroristas, são inimigas entre si.
O governo turco lança uma ofensiva militar simultânea contra as forças do "Estado Islâmico" (EI) e as do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) na Síria e no Iraque. Ambas as organizações, classificadas como terroristas, são inimigas entre si.
Durante a madrugada e a manhã deste sábado (25/07),
aviões de combate turcos voltaram a atacar posições do EI na Síria. Ao mesmo
tempo foram realizados voos de ataque contra o PKK no norte do Iraque.
Segundo o gabinete do primeiro-ministro Ahmet Davutoglu,
aviões da Força Aérea nacional atingiram abrigos, arsenais e "outros
pontos logísticos" dos curdos nas montanhas iraquianas de Qandil. Ao
meio-dia (hora local), Davutoglu declarou à imprensa em Ancara que uma terceira
onda de "operações aéreas e por terra" fora iniciada contra o EI e o
PKK, e que continuaria "enquanto houver uma ameaça contra a Turquia".
Guinada na política militar turca
As múltiplas ofensivas aéreas marcam uma mudança de
direção na política turca em relação ao EI. Essa guinada foi desencadeada
sobretudo pelo atentado suicida a bomba da última segunda-feira, na cidade de
Suruç, que abalou a sociedade nacional.
Até então, a aliança internacional anti-EI, liderada
pelos Estados Unidos, vinha acusando a Turquia, membro-chave da Organização do
Tratado do Atlântico Norte (Otan), de não empreender o suficiente contra os
jihadistas, mesmo depois de eles ocuparem vastas regiões no Iraque e na Síria,
desde 2014,.
Devido à falta de participação de Ancara, os EUA passaram
a apoiar, como seus aliados de solo no norte sírio, os combatentes curdos
conhecidos como Unidades de Defesa do Povo (YPG), que são filiadas ao PKK.
Nesta sexta-feira, o secretário americano de Defesa, Ash Carter visitou líderes
curdos no Iraque.
O enfraquecimento da posição internacional da Turquia
coincide com o clima interno de insegurança política. No momento, o AKP,
partido do presidente Recep Tayyip Erdogan, encontra dificuldade de encontrar
um parceiro minoritário para uma coalizão governamental, após ter perdido a
maioria absoluta nas eleições de 7 de junho.
"Fim do pacto de paz" com PKK
Um
porta-voz do PKK informou à agência de notícias AP que os ataques aéreos turcos
contra os campos da organização no norte do Iraque "basicamente
acabou" com o pacto de paz de 2013 entre Ancara e os militantes curdos.
"O cessar-fogo não tem mais nenhum significado
depois desses bombardeios aéreos pelas Forças Armadas turcas ocupadoras",
segundo consta do website do PKK.
Os curdos reivindicam há décadas autonomia em relação à
Turquia. Até o pacto de 2013, que agora é questionado, os combates no sudeste
do país entre os insurgentes e o Exército turco custaram milhares de vidas. O
PKK é considerado organização terrorista pela Turquia, a União Europeia e os
Estados Unidos.AV/afp/ap/rtr/dpa
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